Resumo

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COMUNISMO IMAGINARIO: PRATICAS DISCURSIVAS DA IMPRENSA..., O

BETHANIA SAMPAIO CORREA MARIANI

Orientador(a): Eni de Lourdes Pulcinelli Orlandi

Doutorado em Linguística - 1996

Nro. chamada: T/UNICAMP - M337c


Resumo:
Esta pesquisa. filiada ao domínio teórico da escola trancesa de Análise do Discurso, tem como objetivo especifico de estudo a análise do funcionamento do discurso jornalisticopolítico que, no Rio de Janeiro, foi se constituindo sobre o Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde março de 1922, data de sua fundação. até 1989, ano da primeira eleição direta para presidente da República após o fim da ditadura militar. O corpus discursivo constitui-se de notícias sobre o PCB publicadas em diferentes períodos históricos. nos seguintes jornais: () Pais, Correio da Manhã, Diário Carioca. () Gloho, Jornal do Brasil e () Dia. Duas hipóteses nOrtearam a abordagem desenvolvida pela análise: 1- no modo como o PCB é falado pelo discurso jornalístico-politico já se encontra uma interpretação, cuja determinação é dada, ideologicamente, por uma memória já constituída sobre o sujeito ocidental e sobre uma concepção de ética-moral dos direitos humanos; 2- tendo em vista a concepção de sujeito constitutiva do imagimirio ocidental, o discurso jornalistico institui o PCB no lugar do outro enquanto um Mal, ie, um inimigo da sociedade brasileira. Na análise, foram descritas e analisadas as seguintes marcas lingüísticas específicas: as denominações, os enunciados definitórios e o discurso relatado. Para além de tais marcas, foram analisados também dois aspectos específicos da prática discursiva jornalística: as matérias assinadas e as narrativas presentes nas reportagens. Em todo o processo de análise, considerou-se a dinâmica da interferencia da memória no domínio da atualidade enquanto reorganização das filiações de sentidos bem como sua intervenção na atualidade enquanto antecipação. A análise permitiu verificar que o discurso jornalístico-político sobre o PCB atende à disjunção Bem / Mal, construída em torno da moralidade ocidental-cristã, separando em dois campos antagônicos os sentidos possíveis, ie, aqueles permitidos pelo dispositivo ideológico desta ética-moral, e os sentidos indesejáveis, ou seja, aqueles que marcam uma diferença relativamente a esta moralidade. O discurso jornalístico que se organiza no Rio de Janeiro sobre os comunistas desde 1922, portanto, ao mesmo tempo em que nega o pensamento comunista, o outro, inserindo-o no campo do Outro, inimigo dos valores ocidentais, reafirma uma identidade brasileira, filiando-a ao imaginário ocidental cristão. A negação do PCB está. deste modo. correlacionada à confirmação do modelo ocidental

Palavras-chave: Analise do discurso , Discursos, alocuções, etc , Jornalismo , Historia

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