Resumo

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OLHARES CRUZADOS: ENTRE SARMIENTO E EUCLIDES DA CUNHA

MIRIAM VIVIANA GARATE

Orientador(a): Luiz Carlos da Silva Dantas

Doutorado em Teoria e História Literária - 1995

Nro. chamada: T/UNICAMP - G162o


Resumo:
Objetivando realizar um estudo comparativo das obras do escritor argentino Domingo Faustino Sarmiento (San Juan, 1811; Asunsi0n, 1884) e do escritor brasileiro Euclides da Cunha (Cantagalo, 1863; Rio de Janeiro, 1909) a tese focaliza, enquanto objeto privilegiado de análise, os textos capitais de um e outro autor: Facundo o CiviIización y Barbarie en Ias pampas argentinas (1845), e Os Sertões (1903). No capítulo introdutório fundamenta-se a pertinência de estabelecer um diálogo entre a produção sarmientina e a produção euclidiana bem como se enfatiza a atualidade de uma série de questões abordadas por ambos os autores. Examinam-se, para tanto, certas características que legitimam a adoção desse "olhar comparativo": hibridez genérica, matriz compositiva de cunho linear-determinista, utilização da dicotomia civilização/barbárie a título de articulador textual e de modelo explicativo, ontogênese vinculada ao discurso jornalístico, definição e re-elaboração de ficções fundadoras no interior do processo de constituição dos Estados nacionais, discussão das funções e do papel do letrado nesse contexto. No segundo capítulo é examinado o particular modus operandi da dicotomia civilização/barbárie em ambos os textos através da análise pormenorizada de uma "figura exemplar": a da "degola". Ao acompanhar os deslocamentos da fig_ra no interior de Facundo e Os Sertões são apontados uma série de contrastes: euforia vs. disforia, perspectiva utópica vs. retrospeção, edificação vs. crise do paradigma explicativo. O capítulo encerra-se com um conjunto de considerações a respeito da iconografia da violência forjada por Sarmiento e submetida a crítica por Euclides da Cunha. No terceiro capítulo é abordada novamente a dicotomia civilização/barbárie mas sob a ótica, ou melhor, a tópica, representada pela dupla cidade/campo. A utopia urbani.sta sarmientina enunciada em Argirópolis, a antevisão/pesadelo de Canudos enquanto prefiguração das favelas por vir, a contaminação e mezcla dos signos emblemâticos de cada um desses espaços, são analisados de forma detalhada. No quarto capítulo as coordenadas de análise são definidas a partir de uma sequência organizativa comum que articula ambos os textos: terra (habitat naturalgeográfico), homem (composição racial e habitus peculiares), história (projeção das duas partes precedentes num eixo temporal que comporta uma situação dramático-narrativa). O exame da sequência possibilita acompanhar algumas mutações operadas no horizonte epistemológico e no campo disciplinar da segunda metade do século XIX. Por último, o quinto capítulo trata da relação de ambos os escritores com a praxis jornalística bem como do papel desempenhado, em ambos os casos, por essa praxis e seus estilos/padrões de enunciação, na formalização das obras

Palavras-chave: Literatura comparada , Teoria literaria , Literatura brasileira - Historia e critica , Literatura argentina - Historia e critica

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