Resumo: Este trabalho consiste em uma análise dos discursos da Inconfidência Mineira, tomando como corpus os processos das devassas judiciais, compilados nos Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, publicação da Imprensa Oficial de Minais Gerais. Objetiva-se empreender um estudo fundamentado na Análise de Discurso, desvendando os sentidos do poder colonial - efetuados através da paráfrase - e de como destes emergiu a fala da liberdade dos conspiradores - articulada por intermédio da polissemia. Desse quadro enunciativo, surgiu uma forma de "dizer dupla", ao mesmo tempo submissa e rebelde, na qual o discurso evasivo dos inconfidentes, na instância da repressão portuguesa, constituiu o réu condenado - Tiradentes. Desse intrincamento de sentidos, nasce o "discurso da História", fruto do confronto de sentidos ideológicos no "discurso na História", fundamentador do símbolo da independência e da identidade nacional.
Palavras-chave: Nacionalismo na literatura - Se. XVIII; Brasil - Historia - Conjuração mineira -1789; Poder(Ciencias sociais); Analise do discurso.