Resumo: A dissertação inicia-se com uma discussão sobre a crítica existente sobre Antonio Patrício, com vistas a mostrar a desconsideração em que se encontra a obra do autor por boa parte da crítica, especialmente a obra teatral, e apontar para a necessidade de se estudar o teatro que Patrício produziu para se dar conta da dimensão do Movimento Simbolista em Portugal. Parte, em seguida, para uma análise interna das peças Pedro, o cru, Dinis e Isabel e D. João e a Máscara e detecta uma trajetória do sentimento metafísico do poeta na sucessão cronológica destas peças; esta trajetória apresenta como correlato uma modificação sensível no trabalho estilístico do autor, no que concerne ao uso das imagens da natureza. Pedro o cru é eleita como a "a visão patriciana por excelência", por ser uma proposta metafísica original e por ser a que melhor responde ao projeto da obra patriciana. É, portanto, em relação a ela que as contextualizações e a conclusão são feitas. Tendo em vista que uma obra literária nunca é autônoma em relação ao contexto sócio-cultural em que veio à luz, antes guardando com ele profundas e estreitas relações, fez-se necessário um confronto com o teatro simbolista que se produzia na época e com o Movimento Saudosista, encabeçado por Teixeira de Pascoais.


Palavras-chave: Teatro portugues; literatura portuguesa