Resumo: Silêncio, angústia e Deus. Tais foram as companhias das mulheres pensadoras enclausuradas entre os séculos XIV e XVI. O medo dos processos inquisitórios levou muitas religiosas a esconderem suas obras e, com elas, seus pensamentos. Desafiando a Inquisição, Teresa D’Ávila (1515-1582), líder da reforma da Ordem do Carmelo e mística espanhola, define a Deus como “Amado”, se opondo a uma tradição medievalista de afastamento das paixões e do corpo. Sua experiência mística, considerada herética e demoníaca por seus confessores, é objeto de extensa literatura escrita pela pensadora. Entre cartas, poesias e textos formativos, Teresa explora sua teoria do “amor esponsal”, recorrendo ao texto erótico do Cântico dos Cânticos para tal. O objetivo dessa pesquisa é analisar os processos de escrita de Teresa, bem como o contexto histórico-filosófico de sua época, para bem investigar a relação de amor que Teresa narra com Deus nas Poesias.
Palavras-chave: Teresa, de Ávila, Santa, 1515-1582 - Crítica e interpretação; Mulheres e literatura; Mística