Resumo: Um texto materializado pelo gesto das artes da cena e da presença, seja pelo teatro ou pela performance, carrega consigo algo do funcionamento da língua, que é o fato da incompletude. O texto não é onipotente, a cena também não. Ainda assim, lê-se, encena-se, interpreta-se, com a falha de quem não pode falar, mostrar, ver, compreender tudo. A arte, há tempos, já aponta esse re-corte. Neste trabalho, então, mira-se o foco de luz sobre a memória de apresentar o fracasso, tema recorrente na obra do autor Samuel Beckett, e que é apontado na Ocupação SozinhosJuntos (Brasil, 2015), do Coletivo Irmãos Guimarães. O que se marca, em evidência e em opacidade, nessas manifestações da língua, que falha, torna-se alvo de interesse, a partir de uma leitura que tem como dispositivo de entrada a Análise de Discurso, cujo quadro epistemológico abarca o campo da Linguística, do Materialismo Histórico e da Psicanálise.
Palavras-chave: Língua; Discurso; Fracasso (psicologia); Teatro