Resumo: Nesta dissertação é analisada a percepção de um grupo de pessoas acima de 60 anos sobre a pandemia de Covid-19. A escolha da faixa etária da população-alvo se deu por serem essas pessoas consideradas parte do grupo de risco por sua maior probabilidade de complicações e óbito na contração da doença. A grande proporção de assuntos relacionados à saúde e saúde pública na cobertura de ciência e à singularidade do momento que vivemos justifica a atenção a este tema de pesquisa. Portanto, o objetivo é investigar como essas pessoas recebem, analisam e passam as informações à frente quando o assunto é Covid-19. Buscou-se como objetivos específicos compreender como a ciência se incorpora, ou não, ao cotidiano dessas pessoas, voluntários na pesquisa; investigar os sentimentos e reações que essa faixa etária teve ao ser classificada como grupo de risco durante a pandemia tratada; analisar a relação de confiança e compartilhamento de notícias sobre a pandemia de Covid-19, principalmente as relativas aos cuidados e tratamentos; por fim, analisar como as notícias tiveram efeitos na noção de risco da população, alterando seus hábitos e levando em consideração a questão cultural durante a crise sanitária. O estudo contou com a aplicação de 3 grupos focais compostos por cerca de 10 pessoas cada, escolhidas por idade e sem comorbidades mentais ou físicas. As análises do conteúdo obtido nas conversas foram categorizadas de acordo com referencial de Kitzinger (1995), Krueger (1994) e Gatti (2005) para comparação entre os grupos. Estudos de percepção feitos com públicos específicos e temas selecionados podem colaborar com o desenvolvimento e aprimoramento de ações e estratégias de Divulgação Científica e com políticas de educação científica.
Palavras-chave: Percepção pública da ciência; Covid-19; Grupo focal; Divulgação científica; Idosos