Resumo

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Uma floresta de universos além : a decolonialidade e a etnossintaxe como dever para com as línguas indígenas

Gabriel D. Gruber

Orientador(a): Angel Humberto Corbera Mori

Mestrado em Linguística - 2023

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - G921f


Resumo:
Esta dissertação se concentra em discutir uma revisão dos desdobramentos eurocêntricos, coloniais e racistas na estrutura da história e teoria linguística face às línguas indígenas americanas, assim como as tentativas de insurgência acadêmica contra esses eixos norteadores, como o princípio da relatividade linguística, especialmente quando contextualizado para o que foi proposto, um princípio epistemológico, seguido pelo método em construção da etnossintaxe dentro da área da etnolinguística. Para tanto, a primeira etapa da dissertação busca debater dois eixos fundamentais da linguagem, seu papel ontológico e epistemológico, tal como os desdobramentos da colonialidade do ser e do saber. Restabelecendo um panorama mais completo da natureza da linguagem, assim como sua instrumentalização na luta por domínio ou extermínio cultural, especialmente dentro de uma estratégia histórica de universalização, se consegue compreender melhor movimentos disruptivos. Criticando a dicotomia colonial moderna entre racionalismo e empirismo, imanência e transcendência, razão e o seu além, é discutido como Benjamin L. Whorf, e outros, decidiram trazer um novo tipo de debate sobre as línguas indígenas americanas, especialmente no quesito autoridade e autonomia. Porém, mesmo com um novo princípio epistemológico sem haver um método prático não há caminho a seguir, para tanto se propõe uma análise dos desdobramentos da etnossintaxe, método em desenvolvimento de Anna Wierzbicka, Ken Hale, e N. J. Enfield, especialmente em suas recentes aplicações as línguas indígenas brasileiras com os trabalhos de Eunice Dias de Paula com os Tapirapé e Silvia Lucia Braggio com os Xerente Akwén. Em tal proposta, revisando o diálogo de dados etnográficos, antropológicos, históricos, filosóficos com os linguísticos, se chega a novas conclusões voltadas à ética linguística em descrição e análise de dados. Logo em seguida é dedicado um capítulo a língua mehinaku, da família linguística Arawak, localizada no Alto Xingu, onde breves considerações são tomadas refletindo sobre o método da etnossintaxe em três frentes: os classificadores nominais, os desdobramentos do termo t?pa/t?pe e sua amplitude semântica, e por fim a relação entre o léxico corporal e segmentos da ecologia da moradia. Em um último capítulo, considerações finais são feitas ainda alertando sobre o dever de cultivar uma nova consciência linguística que outras áreas, métodos e epistemologias têm advertido.

Palavras-chave: Etnossintaxe; Decolonialidade; Línguas indígenas; Língua Mehinaku

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