Resumo: “La ventana sintetiza el gesto solitario del farol. / Apergaminado y plausible film cinemático.” A partir da referência de Borges ao cinema no poema “Insomnio” (Grecia, 15 de setembro de 1920), o trabalho busca definir pontos de contato entre a “nova arte” e o programa literário desenvolvido pelo escritor argentino até 1929. A essa proposta, é basilar a análise da trajetória vanguardista de Borges: o seu envolvimento com o ultraísmo espanhol, a organização de um movimento de vanguarda na Argentina e os desdobramentos criollistas do seu projeto literário, denominados por Beatriz Sarlo de “criollismo urbano de vanguardia”. Para além da avaliação das menções diretas ao cinema identificadas na obra do “primeiro Borges”, trata-se de experimentar modos distintos de aproximação entre o escritor argentino e a “nova arte”, procedimento de análise tributário a uma noção de experiência fílmica não restrita ao dispositivo cinematográfico. Ao vincular poesia e cinema no âmbito da cultura visual do período, quatro temas atuaram como linhas de força para, tal como exposto na Introdução, “pensar o cinema onde ele aparentemente está ausente”: luz, movimento, olhar e pensamento/metáfora.
Palavras-chave: Borges, Jorge Luis, 1899-1986 - Crítica e interpretação; Literatura comparada; Cinema; Cultura visual; Vanguarda (Estética); Poesia moderna