Resumo

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O espaço habitado : leituras da imprensa sobre o lugar da moradia

Edilberto Vinicius Brito Nascimento

Orientador(a): Cristiane Pereira Dias

Doutorado em Linguística - 2023

Nro. chamada: TESE DIGITAL - N17e


Resumo:
Como a imprensa significa moradia ou, mais especificamente, como a imprensa do Brasil lê a moradia determinando, na sua prática discursiva, um lugar para esse espaço habitado? A questão é central para o desenvolvimento desta tese de doutoramento, que tem como pressuposto materialista a língua enquanto organização sintático-semântica passível de jogo pela ordem do discurso (urbano). Os objetivos da pesquisa são analisar o discurso da imprensa do Brasil, compreendendo a produção dos efeitos de sentido de moradia nos jornais em circulação hoje; ler materiais publicados pela imprensa de referência buscando situar, discursivamente, a relação entre espaço habitado e espaço urbano; e recuperar as condições sócio-históricas de produção do discurso sobre moradia no percurso de leitura, sustentando a análise do discurso sobre moradia por meio da imprensa e na forma material dos textos noticiosos atravessados pela materialidade digital. Assumindo princípios e procedimentos da Análise do Discurso, no entremeio da área Saber Urbano e Linguagem, o corpus discursivo é constituído a partir de funcionamentos que se repetem no arquivo. Sendo assim, o significante moradia é pesquisado nos websites da Folha (Folha de S. Paulo) e do Estadão (O Estado de S. Paulo), recuperando textos publicados de 01 de maio de 2018, data do desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo, até 01 de maio de 2022, durante o acontecimento da pandemia de Covid-19. Diante de cerca de 700 textos em circulação nesse intervalo, são analisados recortes que significam moradia em condições de produção específicas, na tensão entre os sentidos produzidos pelo movimento social (luta por moradia digna) e pelo discurso econômico (do direito à propriedade privada no mercado de livre comércio), assim como na relação entre moradia e “sonho da casa própria” (deslocamento do direito à moradia para a posição de consumidor na cidade corporativa) até moradia como um lugar material de iminente perigo (habitações em “áreas de risco” de desmoronamento de terra), passando pela moradia, e sua forma de a-partamento, como mercadoria e empreendimento no interior da lógica do condomínio (visão de gestão como ética legítima) e do acirramento do Estado neoliberal, sob o qual também cresce a população de “moradores de rua”.

Palavras-chave: Habitação; Imprensa; Discurso urbano

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