Resumo

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Orações relativas em yaathe

Ingrid Nascimento Fernandes

Orientador(a): Maria Filomena Spatti Sândalo

Mestrado em Linguística - 2022

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - F391o


Resumo:
O objetivo desta dissertação é aprofundar o conhecimento sobre as subordinações da língua yaathe (Família Yaathe, Tronco MACRO-JÊ), falada pelos Fulni-ô, que estão em Águas-Belas-PE. Para tanto, elaboramos uma descrição das suas orações relativas restritivas e elementos relativos. Além disso, ao final propusemos uma análise sintática para esse tipo de construção. Utilizamos como base teórica o trabalho tipológico e a Análise de Promoção Antissimétrica de De Vries (200), a proposta de Baker (2011) para orações incorporadas nominalizadas do Sakha e a proposta de Vivanco (2018) e Vivanco (2022, no prelo) para as orações relativas do karitiana (Tupi). A metodologia consistiu na elicitação linguística guiada por contexto experimental, inspirada em Vivanco (2014), bem como na aplicação de questionários para testar a aceitabilidade de determinadas construções. O yaathe apresenta dois afixos relativos nominalizadores, o -ho e o -doa. -ho não é permitido em orações relativas de objeto e sujeito intransitivo, revelando um alinhamento ergativo nessas subordinações. A língua possui também pronomes resumptivos, tade e take, que ocorrem apenas em orações relativas de objeto indireto. Percebemos que, semelhantemente ao karitiana, o yaathe apresenta orações relativas de núcleo interno, o qual sofre alçamento opcionalmente. Ademais, em termos descritivos, suas orações relativas revelam um comportamento misto entre oração e nome, isto é, elas possuem tanto propriedades de sintagmas oracionais como nominais. O yaathe também se assemelha ao karitiana neste último aspecto. O comportamento misto das relativas é analiticamente capturado pela proposta de Baker (2011), segundo a qual sentenças incorporadas com características nominais podem ser entendidas como um compilado de núcleos funcionais, entre eles, um nominalizador. Tais núcleos seriam: v, Voice, I, Asp e n. Nos baseamos em Vivanco (2022, no prelo) para elaborarmos nossa análise. O yaathe difere do karitiana em alguns pontos e por isso ele não possui um núcleo Evid. Uma vez que a oração sofre nominalização, o núcleo da oração relativa não será alçado para seu exterior, ficando em Spec;AspP, quando movido. Embora este trabalho assuma a Análise de Promoção Antissimétrica, ele difere nesse ponto de De Vries (2002) em sua proposta: o núcleo não vai para Spec;CP, projeção que as orações relativas não possuem, em yaathe.

Palavras-chave: Orações relativas; Língua yaathe; Nominalização; Tronco linguístico Macro-Jê

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