Resumo

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Poder, política e influência no YouTube

Suzana Corrêa Petropouleas

Orientador(a): Rafael de Almeida Evangelista

Co-orientador(a): Simone Pallone de Figueiredo

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2022

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - P448p


Resumo:
Em meio à ascensão neoconservadora que marcou a reorganização da nova direita brasileira nos anos recentes (SOLANO, 2018) e sua atuação nos meios digitais (CESARINO, 2019), acadêmicos, pesquisadores e militantes de esquerda voltaram-se à importância da disputa por audiência em redes sociais como o YouTube. A plataforma de vídeos do Google tornara-se a unidade mais lucrativa da empresa na década de 2010, acumulando receitas multibilionárias à medida em que a corporação aperfeiçoava seus mecanismos de extração unidirecional de dados, marcados pela “commoditização” das subjetividades individuais e controlados pelo poder instrumentário no contexto do capitalismo de vigilância (ZUBOFF, 2018; 2020) e da remanescência da ideologia da Califórnia (BARBROOK, CAMERON; 1995). No Brasil, youtubers de direita impulsionaram a vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial de 2018 e passaram a ganhar audiência e renda expressiva com seu trabalho na plataforma. Paralelamente, influenciadores de esquerda intensificaram seu trabalho no site, buscando se opor a esse grupo e disputar espaço para as alternativas políticas que aventam dentro e fora do YouTube. Nesse contexto, esta pesquisa busca registrar e analisar a produção de conteúdo dos três principais influenciadores de esquerda no YouTube entre 2019 e 2021: Sabrina Fernandes, do canal Tese Onze; Rita von Hunty, do Tempero Drag; e Jones Manoel, do canal homônimo. Através de referencial teórico baseado na antropologia de Eric Wolf (especialmente em seu Envisioning Power: Ideologies of Dominance and Crisis (1999), analisamos esses canais através de uma etnografia digital dos espaços que os compõem, entendendo-os como atos de comunicação que refletem projetos políticos em disputa por poder. A análise evidencia que o subgrupo pesquisado, que se autodenomina anticapitalista, constrói na plataforma uma participação calcada em torno da mobilização de um ideal contra-hegemônico, que busca legitimar-se perante a audiência a partir de suas identidades como acadêmicos e pesquisadores e, ao mesmo tempo, construir na rede uma participação negociada, que promove alternativas políticas, ressignifica termos e identidades constituídas neste espaço e reivindica o direito à radicalidade.

Palavras-chave: YouTube (Recurso eletrônico); Poder; Capitalismo; Comunismo; Tecnopolítica

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