Resumo: Esta pesquisa tem como foco a análise do discurso do Movimento Escola sem Partido, de suas interdições e da polêmica que se formou em seu entorno entre duas formações discursivas rivais: a progressista e a reacionária. Para isso, foram de especial importância os trabalhos de Amossy (2017) e Maingueneau (2005) sobre o funcionamento das polêmicas no espaço público – mobilizando conceitos como o de dissenso, o de interincompreensão e o das funções da polêmica – bem como o de Maingueneau (2008) sobre Formação Discursiva, que revisita os trabalhos anteriores de Foucault (1970) e Pêcheux (1971 e 1979) e formula sua hipótese para tal conceito. O corpus foi organizado a partir da noção de arquivo em Foucault (2008), de interdiscurso em Maingueneau (2005), do conceito de Sequência Discursiva de Referência em Courtine (2009) e da noção de “fórmula” em Krieg-Planque (2010). Foram analisados excertos de textos de vários campos e gêneros com destaque para aqueles publicados no site oficial do Movimento Escola Sem Partido, em duas matérias jornalísticas (uma da revista Nova Escola e outra do jornal Diário do Centro do Mundo) com depoimentos de professores e aqueles selecionados a partir de mecanismos de pesquisa (sugeridos por Oliveira, 2022) com foco nos usos e na dispersão de fórmulas no espaço público, nesse caso, mais especificamente da fórmula “ideologia de gênero”, que provou que é uma das mais importantes bandeiras do Escola sem Partido.

Palavras-chave: Movimento Escola Sem Partido (Brasil); Fórmula discursiva; Expressão de gênero; Polêmica