Resumo

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Identidade e agência de estudantes negras em contexto de letramentos acadêmicos no período de aprovação das cotas na Unicamp

Fellipe Bruno da Silva Oliveira

Orientador(a): Raquel Salek Fiad

Mestrado em Linguística Aplicada - 2021

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - Si38i


Resumo:
Apresento os resultados da pesquisa desenvolvida no mestrado intitulada “Identidade e agência de estudantes negras em contexto de letramentos acadêmicos”. Nessa pesquisa, a partir de aportes teóricos e metodológicos dos Novos Estudos dos Letramentos e da perspectiva dos Letramentos Acadêmicos, busquei entrever como estavam inseridas questões de identidade e agência nas práticas de letramentos de alunas negras, ativistas em um coletivo de estudantes negras/os de uma universidade pública do estado de São Paulo. Uso o conceito de identidade com o mesmo sentido de Ivanic (1998), como uma categoria analítica que possibilita mostrar a fluidez e complexidade de processos de identificação pelos quais as pessoas passam nas diferentes práticas em que se inserem. Já o conceito de agência tomo na chave que Ahearn (2001) apresenta ao relacionar agência e linguagem, indicando que os sentidos são co-construídos nas práticas pelos participantes das interações sociais, ou seja, a agência dos indivíduos e grupos ajuda a construir a realidade social. Não parto da premissa de que a estrutura social molda todas as ações do indivíduo, que não teria liberdade; e não assumo que o indivíduo teria livre arbítrio para ser completamente autônomo. A agência de uma pessoa estaria então no entremeio entre estrutura social e ação deliberada. Raça, nesse trabalho, é usada como uma categoria social (Munanga, 2000) e discursiva (Hall, 1998), que existe enquanto forma organizadora e estruturante (Almeida, 2018) de discursos, práticas, instituições e representações culturais. Logo, as práticas de letramento de uma pessoa, grupo ou instituição, estariam também moldadas pelo prisma do racismo, pois, como sinalizam Barton e Hamilton (2012), os letramentos estão presentes nas interações entre as pessoas, não apenas em suas cabeças (como capacidades cognitivas) e, portanto, não são neutros, são cultural e politicamente orientados. O processo de geração de dados recorreu à metodologia de história de letramento (LILLIS, 2008), em que realizei entrevistas com as participantes da pesquisa para conhecer suas trajetórias de letramento e suas percepções sobre as práticas de letramentos acadêmicos na universidade em que estudavam; além disso, solicitei textos das participantes que estivessem ligados tanto com a sua vida acadêmica quanto com a militância política dentro da universidade. Para as análises das entrevistas e dos textos, recorri ao aparato bakhtiniano (BAKHTIN; 2015; VOLÓCHINOV, 2017) revisitado por Lillis (2003). Analiso que forças discursivas atuam nos textos, apresentando de que forma os excertos dialogam com outros discursos ou textos que estão presentes na conformação das práticas de letramentos das estudantes.

Palavras-chave: Estudantes negras; Letramentos acadêmicos; Identidade; Agência; Núcleo de consciência negra da UNICAMP

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