Resumo

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A exclusão da tradução do processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras : um (re) exame da política monolíngue hegemônica no ensino da língua inglesa

Eduardo Rorato de Oliveira

Orientador(a): Érica Luciene Alves de Lima

Mestrado em Linguística Aplicada - 2021

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - OL41e


Resumo:
Parece não ser mais novidade que a tradução como prática pedagógica perdeu espaço no âmbito do ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras nas últimas décadas. A hegemonia de políticas monolíngues tem sufocado o uso da tradução e da língua materna do aluno em grande parte das salas de aula de língua estrangeira, muitas vezes, sob a justificativa de que a tradução representa um atraso na obtenção da fluência ou desencadeia algum tipo de deficiência na aprendizagem (KERR, 2019, p. 6). Em suma, a tradução é, frequentemente, vista como contraproducente e perniciosa para o processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Porém, as razões subjacentes à exclusão da tradução desse processo podem estar muito mais relacionadas ao projeto colonialista de difusão da língua e da cultura inglesa, no caso desta pesquisa, do que as questões metodológicas propriamente ditas conforme aponta Pennycook (1998, 2017). Nesse contexto, a ideologia do falante nativo como modelo ideal a ser seguido pelos alunos, a ideia de inglês padrão, a supervalorização da língua inglesa e as dicotomias, tais como língua materna x língua estrangeira, L1 x L2, falante nativo x falante não nativo, que sempre pautaram os estudos sobre o ensino-aprendizagem do inglês serão problematizadas nesta dissertação. Nesse contexto, este trabalho recorrerá à filosofia da translinguagem defendida por García e Wei (2014), García et al. (2017) e Canagarajah (2011) como uma maneira de reexaminar do papel da língua materna do aluno e da tradução no ensino da língua inglesa – e línguas estrangeiras em geral – e questionar o mito do monolinguismo. A ideia de repertório linguístico, fulcral para a filosofia da translinguagem, será posta em relevo sob a ótica de Brigitta Busch (2012), Blommaert (2008) e Pennycook (2010), e tem por intuito desconstruir a concepção de que as línguas faladas por um falante bilíngue/plurilíngue ocupam lugares separados e equidistantes em sua mente. Além disso, esta dissertação traz uma breve contextualização diacrônica do papel da tradução pedagógica no ensino de línguas estrangeiras, uma análise dos argumentos contra e a favor do seu uso e a sugestão de exercícios práticos de tradução através dos postulados teóricos de autores como Laviosa (2014), Widdowson (2014) e House (2015). Por fim, propõe, com base nos escritos de Kumaravadivelu (2003), Canagarajah (2005, 2007), Pennycook e Makoni (2006), Seidlhofer (2012) e García e Wei (2014), uma possível mudança paradigmática no processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras que poderá proporcionar maior visibilidade para a tradução pedagógica

Palavras-chave: Tradução; Colonialismo; Línguas estrangeiras - Ensino e aprendizagem; Translinguagem (Linguística)

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