Resumo: O presente trabalho resulta de um estudo feminista sobre o romance The Handmaid’s Tale (1996), da autora canadense Margaret Atwood, e pretende incidir sobre o texto literário como ficção em diálogo com a História, tendo como pano de fundo principal a temática da maternidade. A despeito da reprodução ser seu mais evidente tópico, o romance da escritora contemporânea também possibilita discussões acerca da mudez e de seu rompimento a partir da literatura que, no caso, outorga voz a uma mulher silenciada e a um homem que pretende falar em seu lugar. A existência de duas vozes, que marcam a divisão da narrativa em dois segmentos, é medular à presente discussão, pois instiga a reflexão sobre o estatuto dos sujeitos nas narrativas literária e histórica. Por fim, o debate sobre a expressão literária da mulher assume o olhar feminista sobre autoria e leitura, que, por sua vez, abrem espaço para a revelação de vozes silenciadas em discursos narrativos, sejam estes históricos ou ficcionais.
Palavras-chave: Atwood, Margaret, 1939-. The handmaids tale; Feminismo; Mulheres escritoras; Maternidade; História