Resumo: literatura nas aulas de língua inglesa tem sido historicamente ignorada em detrimento de um ensino linguístico baseado em uma visão instrumental, compartimentalizada e hegemônica de língua (AMORIN, SILVA, 2019), não havendo espaço para a construção de uma proposta de educação linguística pautada nos multiletramentos, na criticidade e na real experiência dos estudantes com a linguagem (MAGNANI, 2018), uma vez que há pouco acolhimento aos novos estudos e reconhecimentos acerca do ensinar e do aprender (DALVI, 2013; REZENDE, 2013; JOVER-FALEIROS, 2013). Não se propicia, nesse contexto de educação, espaço para o surgimento de um ser lautor (CHARTIER, 1997; ROJO, 2013), que mais do que gostar de ler, pensa sobre o sujeito literário, presente no encontro dialógico que é a leitura literária (SAMPAIO, 2019), confrontando suas ideias e (re)significando a si e a seu mundo a partir de sua visão transformada (LERNER, 2002; LAJOLO, 2008; FREIRE, 2014) e crítica, oportunizada pela relação com o outro (BAKHTIN, 2006). Destarte, a presente pesquisa defende o letramento literário (PAULINO, 2001; PAULINO, COSSON, 2009; PAULINO, GRIJÓ, 2005; COSSON, 2016; 2018) crítico como perspectiva pedagógica promotora de uma educação linguística holística e transgressiva no ensino médio, ciclo no qual o senso crítico do adolescente precisa ser potencializado, e também caminho possível para a formação de cidadãos críticos, responsáveis, capazes de agir agentivamente para quebrar preconceitos, marginalizações e injustiças sociais e ler a sociedade. Após a análise dos Documentos Oficiais Nacionais relacionados ao ensino de língua inglesa no Ensino Médio, bem como de referencial teórico da Linguística Aplicada, será proposta uma unidade didática que contemple essa prática aqui defendida.
Palavras-chave: Letramento literário crítico; Leitura literária; Ensino de literatura; Língua inglesa - Estudo e ensino; Ensino médio