Resumo: O presente trabalho tem por objetivo realizar um recorte na literatura especializada em fenômenos de sujeitos nulos, em português brasileiro, a qual se destinou a abordá-los via movimento conforme contribuições da Teoria de Controle por Movimento (TCM) de Hornstein (1999, 2001). O recorte tenciona levantar questões idiossincráticas do português quando da implementação da abordagem via movimento para os contextos de controle por objeto quando esses sugerem situações de controle obrigatório exaustivo (COE). Após levantamento realizado sobre trabalhos que se destinaram à observação desse fenômeno em inglês e em português, argumenta-se que mais testes para identificação de situações de COE são necessários, haja vista a inaplicabilidade de evidenciação de fenômenos, como de leitura de se, de inserção de ilhas entre complementos de verbos de controle por objeto, de percepção de leituras invariantes e covariantes com sintagmas [somente-NP] e de leitura strict e sloppys sob condições de elipse. Na sequência, a partir de um conjunto de 13 verbos selecionados como os mais frequentes na literatura especializada utilizada como referencial teórico neste trabalho, aplicaram-se os testes definidores de COE que puderam ser empregados a situações de controle por objeto. Os resultados obtidos chamam a atenção para questões que exigem investigações mais precisas a fim de garantir adequação explicativa da TCM sobre realizações do português brasileiro. Em função do aparato técnico de que dispõe a TCM, há oportunidade de investigação sobre condições de c-comando e de localidade do elemento controlador do sujeito nulo do complemento proposicional de verbos de controle por objeto, posto que a presença do elemento controlador em sintagmas preposicionais não parece se justificar somente por aplicação de Caso oblíquo inerente, no sentido de Chomsky (1986). Outrossim, aponta-se como seara a ser detalhada as diferenças obtidas entre as possibilidades de controle quando os complementos proposicionais dos verbos variam entre suas formas finitas e não finitas e, entre as possibilidades finitas, variam em modo indicativo e subjuntivo, evidenciando situações de control shift.
Palavras-chave: Teoria de controle por movimento; Controle obrigatório exaustivo; Controle por objeto; Português brasileiro