Resumo

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"Na luta é que a gente se encontra" : um roteiro sobre a construção do letramento midiático geográfico no ensino médio público

Bruno Cuter Albanese

Orientador(a): Cláudia Hilsdorf Rocha

Doutorado em Linguística Aplicada - 2020

Nro. chamada: TESE DIGITAL - AL13n


Resumo:
Situado nas margens entre o campo aplicado dos estudos da linguagem e o campo da educação geográfica, o objetivo central desta tese é investigar como se realizam e são vivenciadas as práticas educativas propostas por uma professora de Geografia, as quais envolvem a produção de um documentário curta-metragem por alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio de uma escola pública do interior do Estado de São Paulo. Para tal, analisamos os pontos de tensão entre perspectivas educacionais (COPE & KALANTZIS, 2012) e como essas visões impactam o processo de construção do letramento midiático geográfico. Dessa forma, realizou-se um estudo de caso (YIN, 2005) do tipo etnográfico (ANDRÉ, 1995) que acompanhou a professora e os alunos durante o desenvolvimento do projeto, por meio da observação participante, de entrevistas, além da coleta de artefatos físicos. Os dados são analisados à luz das proposições sobre o letramento midiático crítico e criativo (DOUGLAS & SHARE, 2007; BUCKINGHAM, 2010; CONNOLY & READMAN, 2017) em diálogo com postulados freireanos (FREIRE, 2017), teorizações sobre a pedagogia da interrupção (BIESTA, 2012, 2016) e a pedagogia dos multiletramentos (GRUPO DE NOVA LONDRES, 1996; COPE & KALANTZIS, 2012). Os resultados das análises demonstram que as tensões emergem de modo mais perceptível no que se refere a: políticas curriculares e perspectivas educacionais; práticas de ensino e experiências de aprendizagem; políticas curriculares e práticas de ensino; objetivos educacionais e práticas de ensino. Essas tensões ora orientam mais fortemente para a construção do letramento midiático de modo autônomo, como um conjunto de habilidades para a produção de mensagens midiática, ora para a construção do letramento midiática crítico e criativo, como um conjunto de práticas de engajamento com a pluralidade e a transformação de discursos. Nesse sentido, as considerações finais apontam para importância de se ampliarem possibilidades de realização estratégica de projetos educativos visando ao fortalecimento da relação entre o potencial crítico e criativo da produção midiática e os letramentos em geografia, para que o ensino geográfico (DI PALMA, 2009; MARCUS & STODDARD, 2009;) possa evidenciar-se mais visivelmente transformativo e libertário e, assim, possa mobilizar dinamicamente as diferentes funções educativas, quais sejam a qualificação, a socialização e a subjetificação (BIESTA, 2012, 2016).

Palavras-chave: Letramento midiático; Educação geográfica; Crítica; Criatividade

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