Resumo

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Código Florestal Brasileiro : o funcionamento do discurso jornalístico e jurídico na divulgação de leis ambientais

K. B. Silva

Orientador(a): Marcos Aurelio Barbai

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2020

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - Si38c


Resumo:
No início do século XX, as taxas de desmatamento passaram a atingir níveis alarmantes. As florestas, que antes se encontravam aos montes no período do descobrimento do Brasil, começaram a sumir. Clareiras passam a ser identificadas em diversos pontos do país. Já no final do século XIX, diversas atividades passam a se intensificar, como a produção de carvão, agricultura, construção de linhas férreas e a própria ampliação dos centros urbanos, colaborando ainda mais para o desmatamento das florestas. Em meio à devastação, começam a surgir reivindicações para uma mudança na situação. Foi então que, no início do século XX, políticos e personalidades da sociedade passam a discutir a criação de uma lei ambiental que fosse capaz de proteger as florestas, levando, em 1934, a criação do primeiro Código Florestal Brasileiro, atravessado por embates. Filiada ao referencial teórico-metodológico da Análise de Discurso de base materialista (AD), fundada pelo filósofo Michel Pêcheux, em 1969, na França, e desenvolvida no Brasil pela professora e pesquisadora Eni Orlandi, esta pesquisa tem como objetivo compreender as contradições discursivas que envolveram a criação de uma das primeiras leis ambientais brasileiras, por meio da análise de recortes de jornais. A partir disso, buscamos entender como os jornais impressos divulgaram o processo de criação e produziram sentidos acerca do primeiro Código Florestal Brasileiro. Nosso corpus é composto por recortes de jornais impressos entre os anos 1930 e 1934. O material foi selecionado após uma pesquisa do termo “Código Florestal” na Biblioteca Nacional Digital, de onde foram retiradas 51 matérias e 11 sequências discursivas. Nosso gesto de interpretação revela o trabalho do político no processo de discussão do Código, como a definição de termos e a escolha de nomenclaturas. O gesto ainda aponta que o processo de construção da lei foi atravessado por discursos de modernização e progresso, construindo o sentido de moderno acerca da agricultura, dos centros urbanos e do homem urbano, e o sentido de atraso acerca da produção de carvão, das favelas e do caboclo.

Palavras-chave: Código florestal brasileiro; Análise do discurso; Discurso jornalístico; Natureza

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