Resumo

Versão para impressão
Charles Chaplin ator : a especificidade na multiplicidade

Diogo Rossi Ambiel Facini

Orientador(a): Daniela Palma

Doutorado em Linguística Aplicada - 2020

Nro. chamada: TESE DIGITAL - F118c


Resumo:
Nesta tese, discuto algumas especificidades da atuação de Charles Chaplin, sobretudo a partir do campo dos Estudos Atorais, os estudos da atuação no cinema. As especificidades abordadas se relacionam a três questões: autoria, modelos de atuação e atuação corporal. No primeiro capítulo, comento algumas características mais amplas do cinema de Chaplin, que não dizem respeito exatamente à sua atuação, mas que considero relevantes para a compreensão de alguns de seus elementos fundamentais. Inicialmente, discuto um ponto significativo do seu cinema: o seu posicionamento contrário ao cinema sonoro/falado, mais exatamente, contrário às falas no (seu) cinema. Esse aspecto é relevante, pois, ao defender seu ponto de vista, Chaplin destaca alguns elementos importantes de sua atuação, uma atuação corporal, em pantomima. Nesse capítulo, abordo como o posicionamento de Chaplin apareceu em falas ou textos seus e como esse posicionamento se manifestou de fato em suas obras. Também trago algumas discussões de outros pensadores, principalmente os da chamada tradição formativa, uma vez que as suas ideias, semelhantes às de Chaplin, podem ajudar a explicar melhor o posicionamento desse cineasta. Ainda nesse capítulo, trato da relação de Chaplin com a comédia produzida no seu tempo, o slapstick/burlesco, e dou destaque ao tema do corpo burlesco. Por fim, comento a mistura de comédia e melodrama nos filmes de Chaplin, que pode ser considerada mais uma das especificidades do seu cinema e que se relaciona à presença do pathos em sua obra, tema que também comento. No segundo capítulo, inicialmente, apresento o campo dos estudos atorais e algumas especificidades do ator de cinema. A seguir, abordo a questão da autoria na atuação. Discuto a teoria do ator-autor, proposta por McGilligan (1975), que defende que alguns atores de cinema podem exercer atividades autorais. A partir dessa noção, procuro apresentar e comentar o programa gestual de Chaplin, refletindo sobre a possibilidade de se caracterizá-lo como ator-autor. Também comento uma possível caracterização dele como personagem-autor, proposta por Guimarães (2012a; 2012c). No terceiro capítulo, discuto dois modelos de atuação, o de Stanislavski e o de Brecht. Desenvolvo algumas considerações de Guimarães (2012a) de que Chaplin pode ser vinculado a ambos os modelos, o que levaria a uma definição desse ator como stanislavsko-brechtiano. No quarto capítulo, abordo mais de perto a atuação corporal de Chaplin. Essa atuação é dividida em três partes: gesto, dança e rosto. Tanto com relação ao gesto quanto com relação ao rosto, trago duas vertentes teóricas distintas, em certos sentidos, opostas. Nas discussões de gesto e rosto, por um lado, pode ser destacada a transmissão de uma interioridade do ator, de um sentimento, de uma ideia; por outro lado, gesto e rosto podem ser valorizados por si próprios, em sua exterioridade, em sua materialidade. Como mencionado, nesse capítulo, discuto ainda a presença da dança na atuação de Chaplin. O que diferenciaria dança de gesto/rosto é que ela se vincularia mais diretamente a apenas uma das vertentes, a da exterioridade. Na dança, o elemento fundamental seria a própria dança, em sua materialidade, em seu aspecto formal.

Palavras-chave: Chaplin, Charlie, 1889-1977; Atores; Atores e atrizes de cinema; Pantomima; Cinema mudo

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.