Resumo

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Dramaturgias de assalto : The Zoo Story e a "Geração de 1969"

Esther Marinho Santana

Orientador(a): Antonio Alcir Bernardez Pécora

Doutorado em Teoria e História Literária - 2020

Nro. chamada: TESE DIGITAL - Sa59d


Resumo:
Desde a estreia de O assalto; Fala baixo, senão eu grito; e O cão siamês, em 1969, José Vicente, Leilah Assumpção e Antonio Bivar foram aproximados pela crítica teatral. Nomeados por Sábato Magaldi de “A Nova Dramaturgia Brasileira”, e frequentemente também chamados de “Geração de 69”, tais dramaturgos apresentariam diversas similaridades formais e temáticas, atribuídas a uma suposta influência de The Zoo Story, de Edward Albee. Estreada em 1960, em Nova York, a peça se tornou um ícone internacional do período, e, atualmente, é quase ignorada pela cena artística brasileira. Assim, em um primeiro polo, o estudo investiga a sua trajetória nos palcos de São Paulo e do Rio de Janeiro na década sessentista, resgatando as diversas montagens do título, bem como as suas respectivas fortunas críticas imediatas, para compreender o seu impacto no horizonte cultural local. Em um segundo polo, a tese adota como hipótese que as quatro obras podem ser colocadas lado a lado, iluminando-se mutuamente, a partir da ideia de uma “dramaturgia de assalto”. Isto é, ancoradas nas três unidades clássicas, todas se limitam a um mesmo espaço, tempo e ação, com apenas duas personagens nitidamente antagônicas, imersas em interações forçadas, claustrofóbicas e violentas, que terminam irradiadas para as plateias. No microcosmo diegético, nota-se um sujeito insubmisso, que agride outro, conformista, através da consciência criativa de um dramaturgo (ABEL, 1963). Como efeito da dinâmica metateatral, também os espectadores são, por conseguinte, rendidos e atacados. Concluídas de modo tão abrupto quanto destrutivo, tais peças foram consideradas manifestações cínicas e pessimistas, e até mesmo alinhados ao Teatro do Absurdo (ESSLIN, 2004). Em via distinta, por meio de leituras mais ou menos cerradas de O assalto; Fala baixo, senão eu grito; e O cão siamês / Alzira Power, e, então, pelo cotejo dos três textos com The Zoo Story, a análise propõe que as suas destrutividades são chamados para uma decisão vivificante, afirmados por teatralidades consonantes com as noções de Antonin Artaud (1964).

Palavras-chave: Albee, Edward, 1928-2016. Crítica e interpretação; Teatro (Literatura) - História e crítica; Teatro - Estados Unidos; Teatro - Brasil

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
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