Resumo

Versão para impressão
A intervenção ABA em crianças portadoras de TEA : uma análise neurolinguística

Tayná Povia de Oliveira Bergamaschi

Orientador(a): Maria Irma Hadler Coudry

Mestrado em Linguística - 2020

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - B452i


Resumo:
O objetivo da presente pesquisa é expor uma reflexão sobre o percurso histórico do transtorno do espectro autista (TEA). Além da explanação histórica do TEA, avaliamos criticamente o modelo de intervenção ABA - baseado no behaviorismo radical - que tem se apresentado como hegemônico no tratamento de crianças autistas. Sob o prisma de uma teoria da linguagem como constitutiva do sujeito, indeterminada e como trabalho (FRANCHI, 1977), esta pesquisa se inscreve no constructo teórico adotado pela área da Neurolinguística Discursiva, que ilumina a questão da avaliação e do seguimento longitudinal através da relação com o outro, a ser sistematicamente construída como possibilidade de desenvolvimento (VIGOTSKI, 2004). Para a ND, é na relação com o outro que a criança (autista ou não) se posiciona na língua e diante de si mesmo no processo de se constituir como falante para o outro (COUDRY, 1986). Privilegiamos a perspectiva de Foucault (1979, 2001) na reflexão sobre o papel de dispositivo que a intervenção ABA assume na sociedade. Trazemos também para a discussão o conceito de disciplina e de poder sobre o corpo (FOUCAULT, 1979, 2001; AGAMBEN, 2010) enquanto relacionamos o poder disciplinar com as doenças mentais nos dias de hoje (HAN, 2017). Para entender de que forma o diagnóstico age como dispositivo na sociedade atual, da parte da ND, trazemos a questão da patologização (da infância e da vida adulta) e da orientação para o discurso das práticas com a linguagem (COUDRY, 2007, 2010; BORDIN, 2010; ANTONIO, 2011; SILVA, 2014) para analisar a atuação da ABA com a força de um dispositivo, que fere a constitutividade da linguagem (COUDRY, 1986). Para argumentar contra tal dispositivo introduzimos em nossa argumentação a contribuição de Moysés & Collares (1992, 1994, 1996, 1997), sobre a medicalização da infância. Por fim, convidamos o leitor a refletir sobre o paradigma da neurodiversidade (ORTEGA, 2008), sugerindo novos olhares para o campo da psicopatologia, em especial, do autismo.

Palavras-chave: Autismo; Análise do comportamento aplicada; Análise comportamental; Neurolinguística discursiva; Neurodiversidade

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.