Resumo: Este ensaio aborda a prisão, a queda e o sumiço; aborda a zona cinzenta entre luto e melancolia. Nele, analiso um livro de poemas escrito nos cárceres da ditadura civil-militar brasileira. Em Inventário de cicatrizes, de Alex Polari (1978), o poeta versa sobre práticas de violência associadas à repressão, inventariando fraturas pessoais e coletivas e traçando o destino das vidas marcadas, transformadas em cinzas. Se certas experiências históricas e geracionais interditam o trabalho de luto, a escrita poética de Alex Polari permite entrever como luto, sonho e ato se enodam, operando uma subjetivação da perda.
Palavras-chave: Polari, Alex, 1950-. Inventário de cicatrizes; Análise do discurso; Luto; Melancolia