Resumo

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Qu in situ e construções de tópico-sujeito en português brasileiro como segunda língua

Alba Taboas Garcia

Orientador(a): Juanito Ornelas de Avelar

Mestrado em Linguística - 2020

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - T114w


Resumo:
De uma perspectiva gerativista e adotando uma abordagem experimental, este trabalho se propõe a comparar duas estruturas sintáticas do Português Brasileiro, interrogativas in situ e construções de tópico-sujeito (CTS), na sua aquisição como segunda língua por falantes nativos de Espanhol. Os objetivos principais são confirmar que o QU in situ é adquirido muito antes do que as CTS, que podem até não chegar a ser incorporadas à gramática da interlíngua, e discutir as possíveis causas por trás desse contraste. O estudo experimental foi baseado em julgamentos de aceitabilidade, medindo os tempos de reação, e em uma tarefa de correção das sentenças consideradas inaceitáveis por cada participante, que fez as funções de um follow-up. Uma análise aprofundada dos resultados confirma a hipótese, mostrando que há efetivamente uma diferença significativa na aquisição das duas construções: o QU in situ não traz problemas aos aprendizes de PB, enquanto as CTS não são facilmente adquiridas, sendo, de fato, consistentemente rejeitadas à medida que o nível de proficiência do aprendiz aumenta. A explicação mais satisfatória para essa distinção será, no estudo, atribuída às diferenças sintáticas entre as duas estruturas. De acordo com os trabalhos de Avelar e Galves (2011, 2016), o tópico-sujeito nas CTS ocupa a posição de Spec-TP, o que é possível graças a phi-independência do EPP em T e a possibilidade de DPs sem traços de Caso integrar a derivação em PB. A aquisição das CTS requer, dessa perspectiva, a implementação de uma mudança substancial na gramática da L2 de falantes que têm o Espanhol como L1. Em contraste, assumindo uma análise sem movimento para as QU in situ do PB, como a de Grolla (2005), a aquisição desta estrutura implica o relaxamento da força de um traço formal compartilhado, de forte na L1 (Etxepare & Uribe-Etxebarria, 2005) a opcional na L2, o que constitui uma mudança muito menos drástica do que a outra. Como contribuição às discussões mais abrangentes sobre aquisição de segunda língua, o estudo aponta que os resultados referentes às interrogativas in situ podem ser considerados como evidência em favor das abordagens que advogam pelo acesso à GU (na linha de Hettiarachchi & Pires, 2016) e contra as que defendem um déficit representacional na aquisição do traço-QU (como em Hawkins & Chan, 1997; ou Hawkins & Hattori, 2006). Por outro lado, os resultados para as CTS sugerem que há uma interferência linguística tipológica da L1 (como defende Jung, 2004) e apoiam a ideia de que a psicotipologia é um fator influente na interferência linguística na aquisição de uma segunda língua. Finalmente, os resultados da pesquisa sugerem fortemente que as CTS constituem um fenômeno sintático em variação em PB como L1, o que leva à necessidade de ulteriores investigações sobre o assunto, para obter uma melhor compreensão do lugar que as CTS ocupam nas gramáticas nativas.

Palavras-chave: Gramática gerativa; Aquisição de segunda língua

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