Resumo: Esta dissertação de mestrado é um estudo de The Picture of Dorian Gray (1891), de Oscar Wilde, e Esther Waters (1894), de George Moore. Ao atuarem como romancistas num período de grande efervescência cultural na Inglaterra, os dois autores estavam engajados na discussão sobre a representação do objeto literário, denominada como a “controvérsia da arte versus vida”. Embora esse debate possa ser compreendido como um problema estético, propõe-se nesta pesquisa que a encruzilhada entre a vida e a arte também se apresenta como um problema moral. Para averiguar tal hipótese, este trabalho visa inicialmente examinar os projetos do naturalismo e do esteticismo, aos quais George Moore e Oscar Wilde, respectivamente, aderiram em um primeiro momento. A despeito de suas divergências, ambas as estéticas foram interpretadas pela moralidade vitoriana como um instrumento de corrupção dos leitores. A partir da reconstituição desse debate histórico, The Picture of Dorian Gray e Esther Waters são analisados à luz das questões de seu tempo, no qual se mostram representativos do impasse moral e estético imposto pelo conflito entre a vida e a arte.
Palavras-chave: Wilde, Oscar, 1854-1900; Moore, George, 1852-1933; Naturalismo; Esteticismo (Literatura); Ficção inglesa