Resumo

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Coletoras de sementes e semeadoras de florestas : o protagonismo das mulheres na Rede de Sementes do Xingu

Alessandra Schwantes Marimon

Orientador(a): Márcia Maria Tait de Lima

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2020

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO - M338c


Resumo:
Esta pesquisa de mestrado coloca em diálogo as práticas e discursos das mulheres coletoras de sementes da Região do rio Xingu (PA e MT), localizada em Mato Grosso, Brasil. Por meio de métodos como a observação participante e entrevistas, evidenciamos as coletoras como verdadeiras protagonistas de um processo de coleta e comercialização de sementes nativas, que visa a restauração de florestas nas regiões dos rios Araguaia e Xingu. Para a pesquisa, utilizamos um recorte que evidenciou três grupos distintos de mulheres coletoras: indígenas, rurais e urbanas. Por meio de um estudo interdisciplinar, utilizamos uma visão integrada que entrelaça diversos conceitos e teorias como: questões de gênero, natureza, estudos da ciência e tecnologia, antropologia, economia feminista, ecofeminismo e comunicação. Em um primeiro momento, realizamos uma contextualização histórica sobre a criação da Rede, resgatando desde os processos de colonização ocorridos em meados do século XX, até as atuais ameaças socioambientais em curso na região. Ao longo deste estudo, discutimos também a trajetória das mulheres coletoras e a RSX como uma alternativa geração de renda e emancipação econômica, além de um modelo economicamente solidário e sustentável, também inserido dentro de uma lógica de tecnologia social. Introduzimos também um pensamento voltado para os conceitos ecofeministas, evidenciando percepções sobre desmatamento e mudanças climáticas; a respeito da crise socioecológica e os caminhos ecofeministas; debates em torno de uma economia feminista em torno da crítica sobre produção/reprodução da vida; a sustentabilidade da vida, o cuidado com a natureza e a co-responsabilidade, além de oferecermos um outro olhar sobre o extrativismo e o futuro do planeta, inserindo também conceitos como o Bem Viver nas práticas das mulheres coletoras de sementes. Em relação às mulheres indígenas, reservamos um capítulo especial para elas, onde realizamos um recorte e contextualização sobre os grupos pesquisados, além de possíveis diálogos entre o conhecimento científico “hegemônico” e o local/indígena. Por fim, ao conceituarmos a comunicação e suas teorias, levantamos discussões a respeito de como esse conceito é elucidado durante encontros, oficinas e reuniões da RSX; além disso, discutimos sobre as novas tecnologias da informação e comunicação inseridas em cada grupo (indígenas, rurais e urbanas), além dos processos de empoderamento, ocupação em espaços públicos e lugares discursivos. Por fim, destacamos alguns problemas e possíveis soluções na dinâmica da Rede.

Palavras-chave: Feminismo; Comunicação; Reflorestamento; Região do rio Xingu (PA e MT); Amazônia Legal

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