Resumo: A presente dissertação tem como tema o atravessamento dos discursos jurídico, médico e urbanístico na significação do uso de drogas e do usuário de drogas no discurso da “Redução de Danos”. Tendo como referencial teórico-analítico a Análise do Discurso materialista, nosso trabalho tem como objetivo expor não só a equivocidade deste sintagma “Redução de danos”, mas como este enunciado está articulando dois sintagmas muito importantes em torno dos sentidos em relação às drogas e as questões urbanas que são “a redução” e “o dano”. Percorremos vias e materiais distintos pelos e nos quais montamos nosso corpus compondo: textos institucionais como Boletins de Análise de políticas públicas associado ao consumo de drogas, textos acadêmicos sobre a prática da “Redução de Danos”, materiais de divulgação produzidos por coletivos/movimentos sociais antiproibicionistas que atuam na região chamada de “Cracolândia” em São Paulo, a definição de drogas produzida pela Organização Mundial da Saúde e uma entrevista realizada pelo boletim PSI a um psicólogo da Rede de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas, discutindo a Redução de Danos enquanto política pública. Diante do discurso da “Redução de Danos” como um caminho alternativo às práticas de internação violentas e compulsórias, buscamos dar visibilidade às contradições das práticas médicas e assistenciais, opacizando o seu funcionamento supostamente linear.
Palavras-chave: Análise do Discurso; Políticas de saúde; Redução de Danos; Drogas - abuso