Resumo: Produtos audiovisuais, como filmes e séries, abre espaço para que a divulgação científica e cultural funcione como uma forma de ficcionalização da ciência. Em Westworld, temas como inteligência artificial ou a continuidade da vida são abordados de uma maneira que consegue trazer alguns conceitos filosóficos e sociológicos para o espectador sem deixar de lado a construção da narrativa e dos personagens. Assim, vários núcleos de protagonistas são criados, estabelecendo uma jornada-narrativa que desconstrói certos elementos que já foram pré-estabelecidos em histórias de ficção científica. A partir da visão de Candido e Orlandi, esta dissertação busca compreender alguns questionamentos provenientes da jornada-narrativa da personagem Maeve nas duas primeiras temporadas de Westworld. Para realizar o estudo, selecionamos 17 cenas das duas temporadas e analisamos a evolução do comportamento de Maeve e como ela mudou em termos de narrativa e construção da personagem. A partir desse recorte, fomos capazes de compreender a estrutura que existe previamente nas obras de ficção científica e como os roteiros da série quebram essa visão a partir de recursos como a narrativa fragmentada, do papel da mulher negra representada no Velho Oeste e do uso de anti-heróis ao invés do herói tradicional. Ao final, somos capazes de refletir sobre a jornada-narrativa de Maeve e como é possível descontruir alguns conceitos e elementos presentes na maioria das obras de ficção científica dentro de uma narrativa moderna e televisiva.

Palavras-chave: Westworld (Programa de televisão); Ficção científica; Divulgação científica; Linguagem; Narrativa (Retórica).