Resumo

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Infraestruturas feministas e atuação política de mulheres em redes autônomas e comunitárias : criar novos possíveis diante da concentração de poder na internet

Débora Prado de Oliveira

Orientador(a): Marta Mourão Kanashiro

Co-orientador(a): Diego Jair Vicentin

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - OL4i


Resumo:
A expectativa de autonomia, descentralização e horizontalidade que marcou o início do debate sobre a internet numa perspectiva comunicacional vem sendo confrontada por processos crescentes de concentração de poder e controle destinados a promover, prioritariamente, novas formas de monetização para a acumulação privada por grandes empresas e a vigilância por empresas e Estados. Essa expectativa foi confrontada ainda pela denúncia das desigualdades – em especial de gênero, raça e classe – que os legados feministas ajudam a colocar em primeiro plano ao revelar os padrões discriminatórios que atravessam as redes e tecnologias digitais, apontando que os processos de controle e concentração de poder não impactarão todas as pessoas da mesma forma. Os trabalhos que analisam criticamente esses processos, porém, não buscam construir uma narrativa de determinismo tecnológico, nem de relativismo, mas compreender a emergência de novas formas de poder e apontar que serão necessárias também novas formas de análise e de ação política para resistência. Nesse contexto, baseadas em paradigmas de abertura do design e de gestão coletiva para promover a conexão compartilhada à internet ou constituir uma rede digital local, as redes autônomas e comunitárias vêm sendo compreendidas como uma alternativa de resistência, de interação social com infraestruturas nos territórios e de busca por autonomia comunicacional e tecnológica. A partir de referências e metodologias de pesquisa feministas, este trabalho busca refletir sobre os sentidos mobilizados, as formulações e propostas que emergem de articulações tecnopolíticas de coletivos e ativistas feministas em torno do debate sobre infraestruturas de redes que viabilizam o tráfego de dados digitais. Também sobre as resistências a processos hegemônicos e as alternativas que emergem dessas articulações – em especial, a proposta de constituição de redes autônomas e comunitárias a partir de infraestruturas feministas. Os resultados alcançados foram sistematizados em reflexões que surgiram a partir das questões que cruzaram o percurso de pesquisa: o que são infraestruturas feministas?; que impactos podem ter no debate sobre redes autônomas e comunitárias?; o que pode mudar quando uma rede é pensada na perspectiva de romper o legado colonial, androcêntrico e assume uma postura anticapitalista?; como as infraestruturas feministas e as redes autônomas e comunitárias podem dialogar com os questionamentos às disputas de poder na internet? Esta pesquisa recebeu financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por 18 meses.

Palavras-chave: Internet; Redes de computadores; Tecnologia; Feminismo.

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