Resumo

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Discurso, vozes e resistência(s): o movimento estudantil paulista de 2015 em Folha de S. Paulo e Jornalistas Livres

Minéya Gimenes Fantim

Orientador(a): Marcos Aurelio Barbai

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - F218d


Resumo:
Em 23 de setembro de 2015, o Governo do Estado de São Paulo, na figura do então Secretário Estadual da Educação, Herman Voorwald, anunciava a implementação, para o ano de 2016, da Reorganização da Rede Estadual de Ensino, a chamada Reorganização Escolar. A medida, que consistia na separação das instituições de ensino Estaduais com base nos três ciclos da Educação Básica – Ensino Fundamental I; Ensino Fundamental II; e Ensino Médio –, traria como consequências a desativação de 94 escolas, a transferência de 311 mil alunos e mudanças nas jornadas de trabalho de 74 mil professores por todo o Estado. Questionando a validade dos argumentos apresentados pela Secretaria Estadual da Educação em defesa da proposta, centenas de estudantes secundaristas iniciaram, em outubro daquele ano, uma onda de protestos à Reorganização Escolar, que culminou na ocupação de mais de 200 escolas e, posteriormente, na suspensão do plano. Filiando-se ao corpo teórico e analítico da Análise de Discuso (AD), disciplina fundada, na França, por Michel Pêcheux (1938-1983) e, no Brasil, por Eni Orlandi, no entremeio entre a linguística, a psicanálise e o materialismo histórico, este trabalho tem como objetivo refletir sobre como significam manifestantes, Policiais Militares e o Governo do Estado, bem como a própria mobilização estudantil, nos dizeres sobre as manifestações que emergiram no discurso jornalístico de Folha de S. Paulo (versão impressa) e Jornalistas Livres (portal) – mídias que protagorizaram episódios particulares envolvendo estudantes e o Governo Paulista quando do decorrer dos protestos. Nosso corpus de pesquisa é composto por textos e imagens publicados nos dois veículos subsequentemente às primeiras ocupações escolares na capital Paulista (11 de novembro de 2015) e ao anúncio da suspensão da Reorganização Escolar (04 e 05 de dezembro de 2015). O procedimento interpretativo conduzido revela uma discursividade marcada por disputas de sentido engendradas em relações de força e tensionadas por um duplo movimento de cristalização e atualização de memória. Aponta, ainda, para a irrupção de novos gestos de resistência na relação das publicações com a resistência estudantil.

Palavras-chave: Organização escolar; Resistência ao governo; Discurso; Jornalismo.

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