Resumo: A presente tese é resultado de uma pesquisa de doutorado em Linguística Aplicada, cujo objeto é o uso do smartphone na sala de aula de língua estrangeira em uma escola pública estadual na periferia da cidade de São Paulo. O problema focalizado é como integrar o smartphone de forma produtiva na sala de aula aproveitando suas possibilidades de inovação educacional. O trabalho defende a tese de que o smartphone precisa ser tratado como um elemento mediador inserido em toda uma rede de agências e agentes que constitui uma aula, e que o efeito da sua entrada na sala de aula depende das diferentes relações entre atores humanos e não-humanos que já ocorrem nessa rede. Toma-se por hipótese que usando-se a metodologia de ensino TBL (aprendizagem baseada em tarefas) e a aprendizagem de línguas assistida por dispositivos móveis (MALL), é possível integrar o aparelho ao fluxo do ensino e aprendizagem sem descaracterizar excessivamente o potencial desse artefato na vida real, e, ao mesmo tempo, mantendo-se a sala de aula produtiva, gerando aprendizagem, mesmo que de forma diferente da tradicional. Tratou-se de uma pesquisa-ação realizada com um Professora e alunos do terceiro ano do ensino médio cujo objetivo principal foi analisar o papel do smartphone via teoria ator-rede que buscou responder a duas perguntas: que atores intervêm positiva ou negativamente na tentativa de estabelecer uma prática de ensino e aprendizagem de língua inglesa que agregue o máximo possível os diferentes usos de um smartphone como ator em meio a outros atores com ele enredados? E, até que ponto o uso do smartphone consegue promover reconfigurações no contexto estudado? Em síntese, os dados apontaram que, como atores focais, professor, alunos, inglês, afeto e o próprio smartphone tanto podem ajudar quanto atrapalhar a translação "aula" rumo à produção do efeito de rede "aprendizagem".

Palavras-chave: Smartphones; Teoria ator-rede; Línguas - Estudo e ensino; Aprendizagem baseada em tarefas; Língua Inglesa.