Resumo: Este trabalho visa ao início de um estudo acerca de aspectos do panorama do Jornalismo Literário (JL) brasileiro no ambiente digital a partir do corpus de amostras qualitativas de quatro veículos independentes de comunicação - BRIO, Calle2, Revista Sentido, Risca Faca - que nasceram com a intenção de sobreviver publicando conteúdos de “jornalismo narrativo”, “assuntos do cotidiano com profundidade”, “jornalismo aprofundado”, “jornalismo de fôlego”. O embasamento teórico está fundamentado em Lima, Martinez, Bak e Marino. A abordagem metodológica é a de Análise de Conteúdo, a partir dos aspectos de Bardin, sob a perspectiva dos dez pilares do Jornalismo Literário, por meio de Lima e Martinez. Com o advento da Internet sob a visão de Castells e Lévy, esta pesquisa se faz importante em um momento em que os veículos impressos vêm se tornando obsoletos e, ao mesmo tempo, abrem possibilidades futuras para publicações de narrativas da realidade no mundo online. Os resultados trazidos a partir das análises e principalmente das entrevistas com os fundadores mostram que nenhum deles sobreviveu por falta de estrutura financeira, e não por falta de um bom conteúdo. Neste sentido, investiga-se uma hipótese de que o modelo de negócio, aliado às estruturas textuais do Jornalismo Literário, só irá dar certo se estiver consolidado financeiramente seguindo novos modelos de negócio disruptivos, aqueles mantidos pelo leitor com assinaturas pontuais, via patrocinador (investidor anjo) ou outras fontes de renda. A partir disso, vislumbra-se uma ampliação futura da discussão.

Palavras-chave: Comunicação; Jornalismo e literatura; Jornalismo eletrônico.