Resumo

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Sujeitos circunstanciais : pistas para uma consideração sobre ergatividade cindida em português brasileiro

Rosana Aparecida Rogeri

Orientador(a): Aquiles Tescari Neto

Mestrado em Linguística - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - R63s


Resumo:
Sintagmas preposicionados circunstanciais (PPs circunstanciais) são constituintes que geralmente seguem o verbo e podem ser tanto adjuntos quanto complementos verbais nas línguas do mundo (CINQUE, 2006). Do conjunto desses PPs circunstanciais, os locativos são bem estudados como constituintes que, além de adjunto e complemento, também podem ser Sujeito das sentenças. Este fenômeno é comumente denominado inversão locativa(BRESNAN, 1994; SALZMANN, 2004; AVELAR & CYRINO, 2008; AVELAR, 2009; AVELAR & GALVES, 2011; AVELAR & GALVES, 2016; QUAREZEMIN & CARDINALETTI, 2017; ALEXIADOU & CARVALHO, 2018 entre outros). As implicações teóricas acerca da possibilidade de construções com Sujeitos não prototípicos de outras línguas românicas são diversas para o Português Brasileiro (PB). São exemplos dessas implicações a relação com parâmetro pro-drop (ALEXIADOU & CARVALHO, 2018), a possibilidade de mais de uma posição para Sujeito no Middlefield (QUAREZEMIN & CARDINALETTI, 2017), o parâmetro phi-independente do Português Brasileiro (AVELAR e GALVES, 2011 e 2016) entre outras. Esta dissertação dialoga com os trabalhos sobre inversão locativa em PB e argumenta no sentido de expandir as possibilidades de construções com Sujeitos não prototípicos para, pelo menos, dois outros PPs circunstanciais (tempo e modo), a partir da hierarquia proposta, para esses constituintes, por Schweikert (2004) e Cinque (2006). Nesse sentido, propomos que exista um alargamento das possibilidades argumentais do verbo e, com isso, um maior preenchimento da primeira posição da sentença. Esse preenchimento está relacionado a um processo que vem sendo denominado “ergativização do PB” (NEGRÃO & VIOTTI, 2011). Baseados na metodologia da Gramática Gerativa (CHOMSKY, 1986, 1995; CINQUE, 1999), utilizamos testes sintáticos para identificar outros PPs circunstanciais como Sujeito e argumentamos em favor da possibilidade de, além da citada anteriormente, uma outra implicação teórica: a possibilidade de esse tipo de construção implicar numa mudança, ou Split, no alinhamento de Caso do PB. Para argumentar em favor dessa última implicação teórica, demonstramos que é necessário levar em consideração a transitividade do verbo ao se postular uma posição para o Sujeito circunstancial nessas construções. Para tal postulação, é necessário também que a preposição do sintagma seja considerada um marcador semântico de Caso. Assim, com verbos transitivos (numa concepção de transitividade como a apresentada em HOPPER & THOMPSON, 1980), o circunstancial seria sujeito sem a marca de Caso e, com verbos intransitivos, com a marca de Caso.

Palavras-chave: Língua portuguesa - Brasil; Língua portuguesa - Sujeito e predicado.

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