Resumo

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As sentenças de identificação sob uma perspectiva cognitivo-funcional : uma abordagem multissistêmica

Marcel Caldeira da Silva

Orientador(a): Ataliba Teixeira de Castilho

Doutorado em Linguística - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - Si38s


Resumo:
Este trabalho sustenta a hipótese cognitivo-funcional de que certas estruturas não predicativas (incluindo-se as chamadas sentenças equativas e similares) podem ser categorizadas por prototipicidade em um mesmo grupo de sentenças que têm como função principal a identificação. Essa função se cumpre pelo ato linguístico de asseverar a correspondência entre dois elementos conceptuais linguisticamente representados. A produção individual, a emergência diacrônica e a estrutura dessas sentenças resultam de demandas comunicativas implícitas e explícitas (demandas de identificação) e se fundamentam em estruturas cognitivas aparentemente comuns aos falantes de qualquer língua. Propomos uma hipótese para a emergência de tais estruturas cognitivas que considera o desenvolvimento ontogênico da cognição, mais especificamente, o período de aquisição da linguagem marcado pela comunicação gestual do apontar. Tal proposta abre caminho para uma investigação onomasiológica (função-forma), com a qual podem ser destacadas, para além das sentenças equativas formadas pelo verbo ser, outras sentenças especializadas em realizar o procedimento de identificação. A análise dessas estruturas se fundamenta teoricamente na Abordagem Multissistêmica da Língua, segundo a qual existem quatro sistemas envolvidos na produção de qualquer expressão linguística: a Gramática, o Léxico, a Semântica e o Discurso. Eles são independentes uns dos outros, no sentido de que não há relações de dominância entre eles, e sua operação simultânea obedece a um princípio de harmonia intersistêmica. A abordagem multissistêmica se filia aos estudos que concebem a língua como um sistema complexo e que entendem que as categorias linguísticas, como parte do conhecimento linguístico dos falantes, não se definem por limites rígidos, mas por similitudes que dão lugar a distintas operações. Em consonância com essa visão, este trabalho pretende argumentar que a produção, a compreensão e a emergência de novos tipos de sentenças de identificação decorrem da apreensão dessas similitudes pelos falantes. Nossa discussão se sustenta em dados de corpora históricos, gêneros discursivos propensos a exibir enunciados de identificação (como o dicionário) e estruturas linguísticas relevantes analisadas em outros estudos.

Palavras-chave: Linguística; Gramática comparada e geral; Funcionalismo (linguística); Cognição.

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