Resumo

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Small Clauses livres : bem diferentes, essas sentenças!

Christine da Silva Pinheiro

Orientador(a): Sonia Maria Lazzarini Cyrino

Mestrado em Linguística - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - P655s


Resumo:
Esta dissertação investiga as Small Clauses Livres (SCLs) encontradas no português brasileiro (PB). Mostramos que há sentenças similares a essas em diversas línguas. O objetivo é compreender melhor essa construção e, sobretudo, explicar por qual razão alguns predicados parecem poder aparecer nas sentenças a que denominaremos de Small Clauses Invertida com Cópula (SCics), mas não em SCLs. Em outras palavras, queremos saber por qual motivo aparentemente só podemos ocultar a cópula em algumas sentenças. 0.4 A pesquisa está inserida no quadro teórico gerativista (Teoria de Princípios e Parâmetros). Utilizamos o método hipotético-indutivo, procedendo a uma revisão da bibliografia pertinente e explorando dados advindos da intuição do pesquisador como falante nativo (práxis da área), além de dados de outras línguas recolhidos da literatura. 0.5 Mostramos que, seguindo a intuição de Sibaldo (2009, 2016), SCLs são exclamativas. Conforme veremos, a literatura tem empregado uma distinção entre o que é chamado de “verdadeiras exclamativas” e o que é considerado “exclamações” (CASTROVIEJO MIRÓ, 2006, 2008; GUTIÉRREZ-REXACH, 2008a; MICHAELIS, 2001; VILLALBA, 2003, 2004, ZANUTTINI; PORTNER, 2000, 2001, 2003, entre outros). Sentenças exclamativas, conforme Zanuttini e Portner (2003), têm características não apenas pragmáticas, mas também sintático-semânticas especiais. Entre essas características, destaca-se a presença de uma relação de operador-variável tipo -qu (-wh) responsável por capturar o que os autores chamam de ampliação (widening). 0.6 Argumentamos que as duas forças propostas por Zanuttini e Portner (2003), a força “sentencial” e a força “ilocucionária”, serão as responsáveis por determinar as características apontadas como mais salientes em SCLs, a saber, a necessidade da existência de um sujeito altamente específico (que reinterpretamos como necessidade de um sujeito com ligação discursiva) e a exclusão de predicados não avaliativos (interpretada como necessidade de grau). 0.7 Mostramos que a primeira característica não é, na realidade, uma restrição sequer de verdadeiras exclamativas, mas de exclamações. Dessa forma, propomos que está associada à força ilocucionária. Já a restrição sobre predicados será capturada por meio da força sentencial. 0.8 Quanto à relação entre SCLs e SCics, apresentamos um paralelo com as sentenças sem verbo do chinês. Assumimos a proposta de Tang (2001), de um princípio de legibilidade das condições de interface, denominado Princípio do Ancoramento Generalizado (no original, Generalized Anchoring Principle (GAP)), segundo o qual, toda sentença deve ter, em LF, ou tempo ou foco. Esse princípio explicaria o motivo pelo qual alguns predicados constantes em SCics não podem aparecer em SCLs. Tais predicados não projetariam a camada de Foco relevante e sua derivação fracassaria na ausência de cópulas. 0.9 Nossa proposta responde a principal questão encontrada no paradigma apresentado ao esclarecer o motivo de alguns predicados serem agramaticais sem cópula. Adicionalmente, propomos um mecanismo capaz de identificar melhor as restrições de SCLs relacionadas às verdadeiras exclamativas e às que estariam em um âmbito mais geral (sujeitos ligados discursivamente).

Palavras-chave: Língua portuguesa - Brasil; Língua portuguesa - Sentenças; Língua portuguesa - Orações; Língua portuguesa - Sintaxe; Língua portuguesa - Sujeito e predicado.

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