Resumo

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Entre papéis, telas e ideias : olhares sobre a CULT (1997-2017)

Beatriz Guimarães de Carvalho

Orientador(a): Maria das Graças Conde Caldas

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2019

Nro. chamada: TESE DIGITAL - C253e


Resumo:
A revista CULT foi criada em julho de 1997 como uma publicação impressa voltada à literatura. Nesses mais de 20 anos de trajetória, viveu diversas transformações: abriu-se à filosofia, às ciências sociais, à psicanálise e às artes visuais e cênicas, e expandiu suas operações para além do papel, ocupando o meio digital e desenvolvendo atividades de formação para o público - ainda que tenha mantido no meio impresso a sua principal marca e seu eixo de sustentação. Além disso, consolidou uma relação de intimidade com o universo acadêmico, trazendo colaborações de pesquisadores e pensadores das ciências humanas, e introduziu cada vez mais em suas pautas os debates políticos do Brasil contemporâneo, colocando-se em defesa da democracia e dos movimentos das chamadas minorias sociais. CULT é a mais antiga revista de cultura em atividade no Brasil, e sua longevidade contrasta com o histórico das revistas culturais brasileiras – marcado por títulos de vida curta (COHN, 2011) – e com as crescentes adversidades do ecossistema que habita. O mercado editorial, o jornalismo e a produção cultural vêm sendo impactados pelas intensas mudanças (tecnológicas, mercadológicas, de comportamento) desta era. Mudanças essas que afetam desde os processos de produção até o consumo, passando pelos conteúdos, formatos, formas de distribuição e estratégias de financiamento de uma revista. Ainda mais se tratando de um segmento historicamente frágil como o cultural. Diante disso, surge a questão: como a CULT sobrevive? E aqui falo de uma sobrevivência que não é apenas e nem principalmente financeira, mas pergunto como a CULT se mantém firme, inteira, relevante e lida num cenário de instabilidades. A busca por tais respostas levou a outros questionamentos. O que significa ser uma revista de cultura? O que é a CULT, o que ela representa e quais processos estão envolvidos em sua produção? Quem a faz e quem a lê? Quais estratégias utiliza para se sustentar no mercado? Se e como se transforma para sobreviver nesta era? Tendo essas perguntas no horizonte, a pesquisa se guiou pelos princípios da cartografia (BARROS; KASTRUP, 2015; ROSÁRIO, 2016), empregando técnicas de entrevista em profundidade (DUARTE, 2012; MARCONI & LAKATOS, 2002), e observação direta e participante (GIL, 2008; PERUZZO, 2005). Ao fim do percurso, não encontrei uma resposta ou um motivo para a sobrevivência da CULT, mas, sim, um mapa. Um mapa em que é possível observar relações e hibridações (CANCLINI, 2015; 2016) entre academia e cidade, entre ensaísmo e jornalismo, entre cânone e novidade, entre idealismo e mercado, entre reflexão crítica e divulgação cultural, entre papéis, telas e ideias. São alianças e tensões igualmente importantes para que a revista se mantenha viva, contemporânea – sendo capaz de, simultaneamente, pertencer ao seu tempo e estranhá-lo (AGAMBEN, 2009) – e relevante para seu público.

Palavras-chave: Cult (Revista); Comunicação e cultura; Jornalismo - Aspectos culturais; Publicações seriadas; Longevidade; Mercado editorial.

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