Resumo

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As repúblicas românticas : práticas e instituições da cultura letrada paulista no século XIX

Caique R. Franchetto

Orientador(a): Francisco Foot Hardman

Mestrado em Teoria e História Literária - 2018

Nro. chamada: TESE DIGITAL - F845r


Resumo:
Quando percorremos a história do Brasil no século XIX, alguns tópicos são incontornáveis, como a independência e a consolidação de um projeto nacional de cultura que abarcasse, sobretudo, as artes, a língua e a literatura. Inspirado pelas ideias românticas e liberais, esse discurso circula pelos periódicos e pelas Instituições políticas, educacionais e, inclusive, as de leitura; constituindo o espaço público do debate. Desse modo, a história social e cultural do livro e da leitura pode auxiliar para rastrear os caminhos da formação literária e histórica do Brasil e do Romantismo, representados pelos estudantes de Direito em São Paulo, os quais fizeram com que toda a cultura literária e acadêmica francesa fosse reelaborada no contexto local. Um exemplo notável é Álvares de Azevedo que, além de poeta, foi um pensador e crítico, cujos textos teóricos estavam inseridos no que eram as revistas acadêmicas da segunda metade do século XIX, compondo uma verdadeira coletânea do que era lido e pensado por esses estudantes entre as aulas na faculdade e depois nas tavernas e sessões das sociedades secretas que se formaram ao redor no centro de São Paulo. Como apontam os historiadores de São Paulo e os estudos de práticas e instituições de leitura na modernidade, os circuitos dos livros não apenas se centravam na Capital, mas inclusive por toda a Província Paulista, curiosamente no trajeto da principal linha ferroviária desenvolvida para o transporte do café e de outros elementos da modernização urbana da Província. O desenvolvimento de circuitos comerciais e intelectuais, em que livros e estudantes, bem como outros membros da cultura letrada, circularam ocorre paralelamente às suas mudanças sociais e políticas, sobretudo em relação à introdução de ferrovias, do desenvolvimento da cultura cafeeira e adensamento urbano, além do debate acerca da instrução pública e das instituições de leitura e de ensino. Portanto, o principal objetivo dessa pesquisa é verificar e analisar catálogos e almanaques de instituições de leitura do século XIX na Província de São Paulo para se discutir as três categorias de práticas, intenções e instituições de leitura e da cultura letrada em relação ao projeto de formação cultural de leitores e de seus acervos intelectuais nos espaços públicos de debate no Romantismo paulista. Por fim, o desenvolvimento econômico e social da São Paulo oitocentista é paralelo ao aclimatamento da Faculdade de Direito e de seus acadêmicos. Na maioria, românticos que discutiam obras francesas de seus heróis também românticos, eles ao longo do século desenvolverão os ideais liberais que transformarão o burgo dos estudantes numa metrópole e em um dos maiores centros intelectuais do país, revelando que as ideias estavam em seu lugar.

Palavras-chave: Literatura - História e crítica - Teoria, etc.; Romantismo; Leitura; São Paulo (SP) - Séc. XIX.

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