Resumo

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O gênero na aquisição da linguagem : suas manifestações na fala de uma criança brasileira (1;11 a 4;10)

Rafaely Carolina da Cruz

Orientador(a): Rosa Attie Figueira

Mestrado em Linguística - 2018

Nro. chamada: TESE DIGITAL - C889g


Resumo:
Tentar compreender como a criança passa de infans a falante é uma questão que desperta curiosidade tanto de leigos quanto de pesquisadores. No campo dos estudos linguísticos, é tarefa para o pesquisador da área Aquisição de Linguagem, domínio em que se inscreve este trabalho. Nesse sentido, esta pesquisa, tem como objeto de estudo a manifestação da categoria de gênero na fala de um sujeito, observado longitudinalmente (1;11 a 4;10). Encontramos no Interacionismo de De Lemos, o respaldo teórico necessário para estudar a fala infantil, bem como entender as peculiaridades que os erros desta fala exibem. Seguimos com o recorte teórico acerca do gênero em episódios cuja marcação desta categoria é feita de forma divergente ou inesperada. Há no português brasileiro uma divisão binária desta categoria: feminino e masculino. Além disso, a atribuição de gênero aos substantivos e adjetivos pode ser feita tanto por critérios sintáticos, quanto semânticos (CORBETT, 1991). Isto é, o gênero das palavras no português brasileiro pode ser explicitado através da anteposição do artigo “a” para feminino e “o” para masculino, através do fenômeno de concordância entre determinante e núcleo nominal. Mas também, pode ser explicitado, a partir de critérios semânticos, como por exemplo, a associação ao gênero biológico. Linguistas como Lyons (1979), Camara Jr (1975), Bechara (2009) e Silva (2004) afirmam que há inconsistência ao tratar o gênero gramatical a partir do critério semântico, pois isso não explica a existência de palavras que designam seres inanimados, como lápis, papel, tinteiro serem masculinas, enquanto caneta, folha e tinta são femininas. Nos anos da infância percebemos que a atribuição de gênero é feita, em alguns domínios, com base nos critérios semânticos. Assim, este trabalho tem como escopo analisar como acontece a marcação de gênero feminino e masculino na fala de crianças em processo de aquisição da linguagem. O suporte empírico deste trabalho advém da observação longitudinal de RA, integrante do projeto de “Projeto de Aquisição da Linguagem Oral” do IEL/UNICAMP, cujas gravações e transcrições estão disponíveis na plataforma de documentos sonoros do CEDAE/IEL/UNICAMP. Complementarmente contamos com episódios registrados na literatura, tais como: Figueira (1996, 2001, 2005) e Santos (1997), entre outros coletados pela autora desta dissertação. Os resultados apontam para grande produtividade e diversidade da manifestação do gênero na fala infantil. Conforme atestamos, já nos anos iniciais a criança se mostra sensível às marcas de gênero. A hipótese levantada, nesta dissertação, dá destaque aos erros no processo de aquisição como fonte fecunda para análise de diversos fenômenos na fala da criança.

Palavras-chave: Aquisição de linguagem; Língua portuguesa - Erros; Língua portuguesa - Gênero; Crianças - Linguagem - Brasil; Fala.

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