Resumo

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O ecossistema de jornalismo na cultura digital : startups, arranjos e coletivos empreendedores de produção de notícias

Raquel de Queiroz Almeida

Orientador(a): Rafael de Almeida Evangelista

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2018

Nro. chamada: TESE DIGITAL - AL64e


Resumo:
O ambiente de hiperconexão que nasceu do encontro da web social com a internet móvel na última década provocou grandes mudanças no consumo de informação e afetou diretamente o jornalismo e seus modelos de produção. A reboque do contexto de redução e precarização da força de trabalho nos veículos tradicionais de comunicação de norte a sul do país houve, a partir de 2010, uma onda de surgimento de ambientes coletivos de produção jornalística. Desenvolvidos exclusivamente em plataformas digitais, esses novos coletivos de jornalistas, representados em sites, blogs, podcasts e canais de vídeo na web, somaram mais de 200 projetos no período de 2010-2015. O objetivo dessa investigação foi analisar o ambiente que propiciou a formação desse ecossistema no Brasil e que surge a partir da (re)inserção de antigos e novos atores, organizados em rede, entre coletivos empreendedores e startups, com financiamento de leitores, de fundações internacionais privadas, capital de risco e investidores privados, usando as tecnologias de comunicação e informação, estabelecendo relações e tensões, diretas e indiretas com a mídia tradicional ou existindo simplesmente para a confrontar e gerar controvérsias. Alguns se denominam como startups, outros se dizem independentes e sem fins lucrativos. No percurso da pesquisa, observei como esse ambiente está estruturado e é influenciado e ressignificado à luz dos conceitos de organizações em rede (CASTELLS, 1999), da influência da cultura digital e da ideologia da Califórnia (BARBROOK e CAMERON, 1995), do capitalismo de vigilância (ZUBOFF, 2015) e de plataforma (SRNICEK, 2017). Problematizei o novo papel dos jornalistas e a precarização (STANDING, 2013) que também se faz presente nesses empreendimentos. A pesquisa analisa tensões geradas a partir dos modos de funcionamento desses arranjos em relação às tecnologias e à percepção do papel dos grandes players do capitalismo de plataforma, como Google e Facebook, neste ecossistema da informação. E investiga em que medida seus participantes acreditam que, uma vez inseridos nesse ecossistema digital, passam a constituir um ambiente auto organizado capaz de produzir um futuro possível para o jornalismo, que mesmo neste vasto mercado da informação, não deixou de ser sobre relatar fatos e histórias, adicionando e explicitando contextos, para ajudar a explicar o mundo.

Palavras-chave: Jornalismo; Comunicação de massa e tecnologia; Empreendedorismo; Empresas novas.

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