Resumo

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A aquisição da genericidade-D no Português Brasileiro

R. Mariano

Orientador(a): Ruth Elisabeth Vasconcellos Lopes

Co-orientador(a): Rodolfo Ilari

Doutorado em Linguística - 2018

Nro. chamada: TESE DIGITAL - M337a


Resumo:
As línguas naturais apresentam distintas formas pelas quais seus falantes podem se referir diretamente à espécie. As formas mais comuns no inglês e nas línguas latinas são, respectivamente, o plural nu e o definido singular. O Português Brasileiro (PB), além de apresentar o plural nu e o definido singular como sintagmas candidatos para a referência à espécie, parece autorizar outra construção neste mesmo contexto, qual seja, o singular nu, um sintagma de determinante (DP) cujo D não se encontra abertamente realizado. Esta pesquisa tem o objetivo de investigar a aquisição da linguagem das expressões que fazem referência à espécie no PB (genericidade-D), com o intuito de saber se as crianças podem interpretar o singular nu como um nome de espécie e, em caso afirmativo, se elas apresentam alguma dificuldade em fornecer uma interpretação para esta e outras construções as quais a literatura da área entende que há uma leitura de espécie. Minha hipótese é que o singular nu não só denota a espécie, como é a forma default com a qual nos referimos à espécie no PB. Assumo, seguindo Borik e Espinal (2015) que não há número nas construções que se referem diretamente à espécie e que, portanto, não haveria número na estrutura sintática do singular nu no PB. Esta assunção é importante, porque é a partir dela que postulo não haver estágios pelos quais as crianças passam para adquirir o singular nu no PB, contrariando uma das propostas que discutem a aquisição desta estrutura nesta língua. Para testar minha hipótese e estas previsões, elaborei um experimento linguístico que consistia num Teste de Julgamento de Valor de Verdade (TJVV), em que as crianças teriam que responder ‘sim’ ou ‘não’ para um determinando grupo de perguntas e uma Tarefa de Seleção de Imagens (TSI), em que as crianças apontariam para uma imagem que melhor representasse um estímulo sonoro proferido. Os resultados confirmam a hipótese de que é possível atribuir uma leitura genérica de espécie para o singular nu no PB e que tal interpretação é a preferida pelos participantes para este DP. Também se confirmou que as crianças mais novas não apresentam dificuldades em interpretar o singular nu e se comportam da mesma maneira que as crianças mais velhas, o que sugere que não há estágios pelos quais elas passam para adquirir o singular nu no PB.

Palavras-chave: Aquisição de linguagem; Língua portuguesa - Brasil; Língua portuguesa - Sintagma nominal; Genericidade (Linguística).

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