Resumo

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Mulheres, adolescência e conflito com a lei : uma análise discursivo-desconstrutiva

Giulia Mendes Gambassi

Orientador(a): Maria José Rodrigues Faria Coracini

Mestrado em Linguística Aplicada - 2018

Nro. chamada: TESE DIGITAL - G142m


Resumo:
O objetivo do presente trabalho é analisar como se dão as representações identitárias de três mulheres que estiveram em conflito com a lei durante a adolescência, problematizando o que dizem de si e considerando o imaginário de adolescentes, de jovens em conflito com a lei e de mulheres na sociedade. A partir dos estudos da linguagem, buscamos problematizar como se materializam ou se (re)produzem nos dizeres das participantes, assim como em suas representações de si e do outro, discursos recorrentes em nosso sistema homogeneizante, que parece ignorar a construção de identidades como um tecido contínuo, multifacetado e inacabado. Então, a partir da perspectiva discursivo-desconstrutiva cunhada por Coracini (2003, 2007, 2010, 2012, entre outros), consideramos que falar de si permite que sejam rastreados fragmentos da constituição identitária do sujeito que se expõe ao relatar sua história (CORACINI, 2008). Ademais, partimos do pressuposto de que dizeres recorrentes no senso comum (re)produzem estigmas sobre jovens em conflito com a lei, minimizando a adolescência a uma identidade generalizante e efêmera, assim como buscando moldar e predizer o comportamento feminino. Apesar disso, fazemos a hipótese de que o imaginário social (re)produzido via linguagem sobre jovens mulheres em conflito com a lei não corresponde às suas representações de si. Essa hipótese se desdobra em três perguntas: (i) quais são e como se manifestam linguisticamente as representações que essas mulheres que estiveram em conflito com a lei têm de si?; (ii) de que forma essas representações convergem e/ou divergem das narrativas autorizadas sobre os sujeitos em conflito com a lei?; e (iii) caso apareçam questões relacionadas a gênero e a raça em seus dizeres, de que modo elas interferem nas representações que as participantes têm de si? O corpus da pesquisa, coletado oralmente e posteriormente transcrito, foi produzido com seu consentimento livre e esclarecido, partindo de um roteiro semiestruturado que visou fomentar depoimentos acerca de suas vivências. Como resultado principal, temos a confirmação parcial de nossa hipótese, pois, apesar de haver interferência do imaginário do que é ser mulher, adolescente e desviante da lei em suas representações identitárias, as representações dessas mulheres por vezes (re)produzem e por vezes excedem ou extrapolam formações discursivas que silenciam e impõem verdades aos grupos dos quais fazem parte.

Palavras-chave: Adolescentes (Meninas); Identidade (Psicologia) em adolescentes; Detenção de menores; Mulheres e psicanálise; Linguagem e psicanálise; Estudos de gênero; Análise do discurso.

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