Resumo: Traduzir e escrever sobre tradução de poesia leva à encruzilhada das escolhas feitas anteriormente entre a fidelidade possível e a recriação. Para alguns tradutores privilegiados que são também e talvez, principalmente, poetas, a recriação poética dos textos traduzidos muitas vezes é o caminho mais interessante. Desde Dante, muitos têm insistido nas dificuldades quase intransponíveis ou até na impossibilidade da tradução poética. Este trabalho se propõe a comparar algumas traduções da Commedia para o Português, focando especificamente traduções do Canto XXV do Inferno, no caso dos tradutores mais tradicionais, e do Canto I do Inferno, traduzido por Augusto de Campos. Pesquisamos traduções da Commedia realizadas em um período que se estendeu de meados do século XIX até o fim do século XX, desde as traduções completas de autoria de Xavier Pinheiro, João Trentino Ziller, Cristiano Martins e Italo Eugenio Mauro, até as traduções parciais de Machado de Assis, Dante Milano, Jorge Wanderley e Augusto de Campos. Para embasamento teórico desta dissertação trouxemos principalmente as teorias de Walter Benjamin e Antoine Berman sobre tradução e crítica da tradução.
Palavras-chave: Dante Alighieri, 1265-1321. Divina comédia. Inferno - Traduções para o português; Poesia italiana; Tradução e interpretação.