Resumo: O presente trabalho tem como objetivo propor uma leitura de À la recherche du temps perdu assumindo as enunciações metaliterárias como viés privilegiado para a investigação tanto das teorias da arte e da literatura engendradas pelo discurso narrativo, quanto da forma do tempo constituída pelo romance. Para tanto, primeiro investiga-se o recurso metaliterário em meio à profusão das manifestações artísticas a fim de compreender a concepção estética e literária engendrada pelo narrador proustiano. A partir daí, a investigação detém-se na evidência do recurso metaliterário em Le temps retrouvé, entendido como possível fundamento formal do romance, isto é, como enunciação que é capaz de, pela sua presença descontínua, sintetizar, entre outras, temporalidades de fugacidade e extratemporalidade, pois é atravessada pela impossibilidade/possibilidade de escrever do narrador. A hipótese final defendida quanto à teoria da literatura constituída no romance, é a de que a literatura não deve referir exclusivamente à literatura. A análise das enunciações metaliterárias indica não uma predominância da referência à literatura, mas a revelação da verdade do próprio narrador como uma verdade forjada sobre o tempo como fugacidade e extratemporalidade. Palavras-chave: Metaliteratura; Metafísica; Teoria da Arte; Tempo; À la recherche du temps perdu.
Palavras-chave: Proust, Marcel, 1871-1922. Em busca do tempo perdido - Crítica e interpretação; Literatura - Filosofia; Literatura - História e crítica - Teoria, etc.; Arte - Filosofia; Metafísica; Tempo na literatura.