Resumo: Nesta tese, discutimos o processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa como língua estrangeira, no terceiro setor no Brasil, a partir de três aspectos: da adolescência, da identidade de gênero e da vulnerabilidade social. Do ponto de vista teórico-metodológico, orientamo-nos pela abordagem discursivo-desconstrutivista, desenvolvida no Brasil por Coracini (1999, 2003, 2011) e outros autores, cujos dispositivos se estabelecem na/pela (des)construção da “ficção teórica”, que nos permite constantemente reformular nosso gesto interpretativo, bem como a própria abordagem na qual nos circunscrevemos (DA ROSA, RUBBO & PEIXOTO, 2015). Este estudo nasce do encontro com uma in-sistente resistência ao ensino-aprendizagem da língua inglesa, por parte de alunas adolescentes, em situação de vulnerabilidade social, de uma ONG de Campinas. Tendo em vista essa realidade encontrada, apostamos na hipótese de que, apesar da dada resistência, mulheres-adolescentes em situação de vulnerabilidade social se identificam com as promessas (DERRIDA, [1996] 2001) da língua-cultura do outro. Assim sendo, o nosso objeto de estudo se deu a partir da análise de dizeres dessas alunas a respeito do processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa. Ao investigarmos as regularidades e dispersões enunciativas do material de análise, estabelecemos a composição de dois eixos temáticos, a partir dos quais discutimos as modalidades do laço social e das experiências de borda no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa. Com a discussão empreendida, não visamos trazer esclarecimentos ou produzir “verdades” acerca do processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa no terceiro setor, mas questionar os modos como a vulnerabilidade social e a condição de mulher-adolescente parecem incidir nas promessas da/na língua-cultura do outro, na cena contemporânea.

Palavras-chave: Língua inglesa - Estudo e ensino - Falantes de português; Terceiro setor - Brasil; Adolescência; Adolescentes (Meninas) - Campinas (SP); Identidade de gênero; Vulnerabilidade social.