Resumo: O romance Memórias de um sargento de milícias, de autoria de Manuel Antônio de Almeida, foi publicado em meados do século XIX em uma seção chamada “Pacotilha”, que por sua vez, fazia parte do jornal liberal Correio Mercantil. Este trabalho pretende demonstrar como as Memórias mimetizavam elementos publicados na seção, compondo assim um equivalente literário daquilo que era escrito como notícias e opiniões. Ambos, romance e seção, possuíam um caráter discursivo que intencionava civilizar os leitores, considerando-se que o termo “civilizar” estava muito próximo da ideia de bons costumes e polidez, naquele momento. Compreender que o romance não exaltava o Brasil e não tinha qualquer pretensão de descrever uma brasilidade obriga-nos a compreender, também, equívocos cometidos por estudos anteriores a este, que enxergaram nas Memórias um romance nacionalista.
Palavras-chave: Almeida, Manuel Antonio de, 1831-1861. Memórias de um sargento de milícias - Crítica e interpretação; Correio Mercantil (Jornal). Pacotilha; Ficção brasileira - História e crítica; Jornais brasileiros - Séc. XIX; Escritores e leitores; Etiqueta - Brasil - Séc. XIX; Brasil - Usos e costumes - Séc. XIX.