Resumo: Através de seus poemas de índole modernista, cujo registro lírico baseia-se na reelaboração dos empréstimos efetuados das expressões poéticas das vanguardas europeias, Luís Aranha forneceu uma reconstituição dionisíaca e crítica, fundamentada na ironia e no humor, do processo de transformação do cenário urbano da cidade de São Paulo, bem como dos modos de viver no início do século XX em decorrência do surto desenvolvimentista tecnológico da Segunda Revolução Industrial. Para tanto, o poeta recorreu, em especial, aos procedimentos formais futuristas e cubistas da colagem, do rompimento com a sintaxe e da justaposição de imagens e associação de ideias. Dessa forma, Aranha contribuiu significativamente para a renovação do código literário brasileiro no momento de transição da poesia pós-romântica para a poesia modernista. Neste trabalho, analisou-se um conjunto de dez poemas selecionados de Cocktails, rastreando-se o diálogo estabelecido entre Luís Aranha e alguns nomes da poesia francesa moderna, especialmente: Arthur Rimbaud, Blaise Cendrars e Guillaume Apollinaire.

Palavras-chave: Aranha, Luís, 1901-1987 - Crítica e interpretação; Poesia brasileira - Séc. XX - História e crítica; Modernismo (Literatura) - Brasil.