Resumo: Na presente tese analiso, através de uma bibliografia diversificada, diferentes formas de escrita de casos clínicos, a fim de investigar como vem sendo constituída a Escrita de Caso na Neurolinguística Discursiva (ND) e como se daria a relação entre a linguagem oral e escrita como um dos processos alternativos de significação possíveis ao funcionamento linguístico e de subjetivação nas afasias. Assumo uma posição crítica buscando fortalecer os alicerces da ND diante do desconforto e da insatisfação quanto à visão de linguagem e cérebro da Neurologia Tradicional. Para isso, parto da tese de que a teoria pré-psicanalítica freudiana é fundamental não apenas para estabelecer tal crítica, mas também para o que a ND poderia conceber como a função da escrita e, particularmente, da Escrita de Caso, ao utilizar da inspiração da maneira de escrever de Freud em seus casos clínicos. Movida pelo interesse em definir e discernir o que vem a ser a Escrita de Caso, me comprometo a escrever o caso clínico de Vera, acompanhando-a em seu movimento de (re)incursão na língua pela escrita, a partir da minha posição de terapeuta e investigadora. Saliento o papel organizador, de constituição do sujeito e de invenção e deslocamento que a escrita pode desempenhar naquele que escreve, bem como a constante presença do escritor, através de marcas e indícios, que busca em um leitor o reconhecimento de sua própria prática clínica.
Palavras-chave: Neurolinguística discursiva; Afasia - Estudo de casos; Comunicação escrita - Aspectos psicológicos; Linguagem e psicanálise; Psicanálise e linguística.