Resumo:
Durante o período de 1934 a 1937, estreitaram-se as relações entre Monteiro Lobato (18/04/1882- †04/07/1948) e o suíço Karl Werner Frankie (04/03/1894- †02/02/1968), engenheiro do petróleo que, imigrado em junho de 1920, passa a chamar-se Charles Frankie. Lobato e Frankie trocaram nesse período de três anos 147 missivas, além de alguns documentos técnicos relacionados à exploração do petróleo no solo brasileiro. Nessas cartas, Lobato, além de se familiarizar com alguns termos técnicos-geológicos da exploração petrolífera, faz críticas contundentes ao Código de Minas de 1934 e ao “atraso brasileiro” e protagoniza a história das primeiras companhias petrolíferas do Brasil. Em outros momentos da correspondência, entram em discussão questões acerca da parceria na tradução e prefaciação de A luta pelo Petróleo, de Essad Bey, em que Lobato e Frankie discutem literatura e seus aspectos, como os requisitos para uma boa tradução, ou os critérios para um livro bem editado e bem distribuído. A tese em questão aponta também para o cruzamento dessa correspondência entre Lobato e Frankie com a ficção O Poço do Visconde e a prosa crítica sóciopolítica de O Escândalo do Petróleo, observando semelhanças e divergências na abordagem do mesmo tema por diferentes gêneros.
Palavras-chave: Lobato, Monteiro, 1882-1948 - Correspondência; Frankie, Charles - Correspondência; Petróleo - Brasil - História; Comunicação de massa e opinião pública - Brasil; Conscientização.