Resumo: Neste trabalho, temos como objetivo analisar o funcionamento discursivo das figuras imaginárias de língua e da relação parodística nas obras Memórias sentimentais de João Miramar e Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, dos escritores Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Em determinadas passagens, as obras tomam para si o discurso dito “passadista” (o discurso dos colonizadores e das academias, por exemplo) e instauram algo que escapa à ordem do repetível, trazendo à luz as marcas do processo histórico e político na materialidade da língua. A partir do viés discursivo, debruçamo-nos sobre uma materialidade que está perpassada pelo simbólico e constituída na relação do sujeito com a linguagem. O gesto de parodiar aponta para a contradição no jogo de forças que ocorre na memória, fazendo-nos interrogar o modo como se dão os efeitos materiais da paródia no modernismo brasileiro a partir de dois modos de escrita: a escrita de encaixe e de desligamento.
Palavras-chave:
Andrade, Oswald de, 1890-1954. Memórias sentimentais de João Miramar - Paródias, imitações, etc; Andrade, Mário de, 1893-1945. Macunaíma - Paródias, imitações, etc; Análise do discurso; Figuras de linguagem; Literatura brasileira - História e crítica; Modernismo (Literatura) - Brasil; Paródias brasileiras.